🍎 🍕 Menos maçãs, mais pizza 🤔 Já viu recentemente a carteira de Warren Buffett?Veja mais

Governo quer acelerar indicações ao BC para ter novos diretores no primeiro Copom de 2024

Publicado 19.10.2023, 17:17
© Reuters. Sede do Banco Central, em Brasília
22/03/2022
REUTERS/Adriano Machado
USD/BRL
-

Por Bernardo Caram e Lisandra Paraguassu e Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O governo trabalha para que os novos indicados à diretoria do Banco Central sejam definidos nas próximas semanas e aprovados pelo Congresso ainda neste ano para que a gestão Luiz Inácio Lula da Silva tenha mais dois nomeados no comando da autarquia já na primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de 2024, em janeiro, disseram à Reuters três fontes a par das discussões.

Com as nomeações, Lula, que assumiu a Presidência com fortes críticas à atuação do BC, passará a ter quatro indicados entre os nove componentes do colegiado, em meio a um ambiente de deterioração do cenário externo que tem levado o mercado a projetar a necessidade de um endurecimento da política monetária.

Os mandatos da diretora de Assuntos Internacionais, Fernanda Guardado, e de Relacionamento, Mauricio Moura, serão encerrados em 31 de dezembro. Os dois fazem parte do grupo que defendeu uma postura mais rígida do Banco Central, votando por uma redução menor da taxa Selic na reunião de agosto do Copom, quando foram iniciados os cortes de juros. Guardado também se destacou ao longo de sua gestão por dar indicações públicas sobre política monetária.

A substituição das vagas é acompanhada com lupa pelo mercado com o temor de que, à medida que os indicadas por Lula ganhem mais espaço no Copom, a autoridade monetária poderia se tornar mais leniente no combate à inflação -- uma percepção que o próprio BC já admitiu em sua comunicação oficial que pode estar atrapalhando a ancoragem das expectativas de inflação em relação à meta.

Segundo duas das fontes, que falaram em condição de anonimato pois as conversas não são públicas, está prevista para a próxima semana uma reunião do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com o presidente Lula para tratar do tema. Na ocasião, o presidente deve receber uma lista com mais de um nome pré-selecionado para cada função, antes de chegar às escolhas finais.

“É preciso aprovar os nomes antes do recesso parlamentar. Daí logo na primeira semana de janeiro pode ter um decreto presidencial. Caso contrário, sabatina no Senado só depois de março”, disse uma terceira fonte.

Procurado, o Palácio do Planalto não respondeu de imediato.

O recesso parlamentar vai de 23 de dezembro a primeiro de fevereiro. A primeira reunião do Copom do próximo ano está marcada para 30 e 31 de janeiro.

Após deixar os juros parados por quase um ano, o Banco Central adotou um primeiro corte de 0,5 ponto em agosto, repetido na reunião de setembro, o que levou a Selic ao atual patamar de 12,75% ao ano. O BC ainda prevê cortes equivalentes nos próximos meses.

Embora a mediana das expectativas de economistas privados ouvidos pelo BC na pesquisa Focus aponte para a continuação desses cortes de 0,5 ponto percentual nas reuniões de novembro, dezembro e janeiro, apostas embutidas na curva de juros já pendem para uma redução menor, notadamente a partir de janeiro.

O movimento ocorre em meio a um cenário de juros longos persistentemente altos nos Estados Unidos, que tendem a atrair recursos para a maior economia do mundo, um movimento com potencial para impactar a inflação pela valorização do dólar.

De acordo com as fontes, o governo quer evitar o que ocorreu nas primeiras indicações de Lula ao BC neste ano, com processo de análise se arrastando. O término dos mandatos dos ex-diretores Bruno Serra e Paulo Souza ocorreu em março, mas as indicações de Gabriel Galípolo e Ailton de Aquino foram submetidas ao Senado apenas em maio, com aprovação e nomeação em julho.

© Reuters. Sede do Banco Central, em Brasília
22/03/2022
REUTERS/Adriano Machado

Pela lei de 2021 que concedeu autonomia formal ao BC, o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, permanecerá no cargo até dezembro de 2024. Ele assumiu o posto por indicação do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Lula, que criticou o BC pela manutenção dos juros altos para combater a inflação, terá a maioria de indicados no colegiado após a saída de Campos Neto.

Uma das fontes ressaltou que o presidente também quer acelerar as indicações a outros órgãos, como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) e agências reguladoras.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.