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Preço da picanha sobe, mas salário mínimo compra mais que em 2023

Publicado 10.11.2024, 18:18
© Reuters Preço da picanha sobe, mas salário mínimo compra mais que em 2023

O preço médio do quilo da picanha no varejo foi de R$ 71,53 em setembro de 2024, valor 7,9% superior aos R$ 66,31 do mesmo mês de 2023. Os dados são do IEA (Instituto de Economia Agrícola), da SAA-SP (Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo).

De 2023 a 2024, o salário mínimo passou de R$ 1.320 para R$ 1.412, uma alta de 7%. Como resultado, o salário mínimo vigente consegue comprar 19,9 kg do corte bovino, 800 g a mais do que no ano passado.

De acordo com a série histórica do IEA, o ano em que o brasileiro teve mais condições de comprar picanha com o salário mínimo foi em 2019 –o 1º ano de governo de Jair Bolsonaro (PL).

Com a remuneração de R$ 998 e o kg médio do produto a R$ 43,50, era possível comprar 23 kg.

No entanto, o pior resultado também está em um dos anos de governo Bolsonaro. Em 2021, com o salário mínimo era possível comprar 16,5 kg.

O 2º melhor resultado foi em 2007, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu seu 2º mandato presidencial. Naquele ano, o brasileiro conseguia comprar, em média, 22,6 kg de picanha com o salário mínimo.

BOLSA FAMÍLIA

Atualmente, o valor médio do benefício mensal do Bolsa Família é de R$ 683. Com esse valor, é possível comprar até 9,6 kg de picanha –3% a menos que no fim de 2023, maior patamar da série histórica.

Na relação entre o valor do Bolsa Família e o preço da picanha, a melhor relação da série foi em 2023 –1º ano do atual mandato de Lula. Era possível comprar 9,9 kg do corte, em média, no ano passado.

Os dados do auxílio são do governo federal. O valor apresentado em 2021 e 2022 considera os dados do Auxílio Brasil, criado por Bolsonaro na reta final de sua gestão.

Guerra da picanha

Nas eleições de 2022, Lula e Bolsonaro travaram um duelo de narrativas sobre a capacidade de compra de picanha no governo de cada um.

O petista havia afirmado que o brasileiro perdeu poder de compra no governo anterior, mas que voltaria a comer picanha caso fosse eleito.

Bolsonaro rebateu. Disse em 2022 que com o valor do então Auxílio Brasil “se comprava 3 vezes mais picanha” em comparação ao governo do ex-presidente.

Lula voltou a falar da picanha em junho de 2023 ao afirmar que o corte estaria mais barato.

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