Por Leika Kihara
TÓQUIO (Reuters) - O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, disse que o novo presidente do banco central japonês deve ter fortes habilidades de comunicação e ser capaz de coordenar estreitamente com seus pares globais, em seu comentário mais explícito até o momento sobre sua preferência para o cargo.
Falando no Parlamento, Kishida disse nesta quarta-feira que ainda está no processo de seleção do sucessor do atual presidente do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, cujo mandato termina em abril, observando "o impacto que a decisão terá nos mercados financeiros".
Embora Kishida não tenha nomeado nenhum candidato em potencial para o cargo, alguns observadores do banco central dizem que seus comentários sugerem que ele não descartou o ex-vice-presidente do Banco do Japão Hiroshi Nakaso, que possui experiência internacional e anteriormente se pensava ter desistido da disputa.
"Desde a crise do Lehman, uma estreita coordenação entre os principais líderes dos bancos centrais, bem como a capacidade de receber e entregar comunicações de alta qualidade de e para os mercados doméstico e internacional, tornou-se extremamente importante", disse Kishida.
"Gostaria de selecionar (o próximo presidente do Banco do Japão) levando em consideração esses fatores", disse Kishida quando perguntado por um parlamentar da oposição quais as qualificações que o sucessor de Kuroda deve ter.
Os mercados estão acompanhando de perto a nomeação do novo presidente do Banco do Japão em busca de pistas sobre a rapidez com que o banco central pode eliminar gradualmente seu estímulo monetário massivo.
Seus comentários vieram após uma reportagem do jornal Nikkei na segunda-feira afirmando que o governo havia sondado o vice-presidente do Banco do Japão, Masayoshi Amamiya, para suceder Kuroda.
O governo está considerando apresentar ao Parlamento seus indicados para presidente e dois vices do banco central na próxima semana, disseram fontes à Reuters.
A indicação do governo precisa da aprovação de ambas as Casas do Parlamento, o que já está praticamente garantido, já que a coalizão governista detém maiorias sólidas em ambas as câmaras.
(Reportagem de Leika Kihara; Reportagem adicional de Tetsushi Kajimoto)