Trump diz que só reduzirá tarifas se países concordarem em abrir mercados aos EUA
Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar oscilou em margens estreitas nesta terça-feira e encerrou o dia praticamente estável ante o real, numa sessão de liquidez reduzida e agenda esvaziada, em que os investidores pouco se movimentaram à espera de novidades sobre o tarifaço dos Estados Unidos.
A moeda norte-americana à vista fechou com leve alta de 0,04%, aos R$5,5671. No ano, a divisa acumula baixa de 9,90%.
Às 17h03 na B3 (BVMF:B3SA3) o dólar para agosto -- atualmente o mais líquido no Brasil – cedia 0,09%, aos R$5,5790.
O dólar alterou altas e baixas em diferentes momentos da sessão sem um gatilho forte o suficiente para que os agentes alterassem suas posições.
Tanto no Brasil quanto no exterior os investidores aguardavam por novidades sobre as negociações dos Estados Unidos com seus parceiros comerciais, a pouco mais de uma semana do início da cobrança de tarifas sobre produtos de vários países, em 1º de agosto.
Nesta terça, fontes disseram à Reuters que as perspectivas de um acordo comercial provisório entre a Índia e os EUA antes de 1º de agosto diminuíram. Já o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, disse que usará todo o tempo disponível para fechar um acordo com os EUA.
A falta de novidades concretas nas negociações foi vista também no Brasil, em meio às dificuldades do governo Lula em negociar com os EUA.
A principal barreira é a exigência do presidente dos EUA, Donald Trump, como contrapartida à tarifa de 50% aos produtos brasileiros, do fim do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.
Com o cenário nebuloso à frente, os investidores pouco se movimentaram: após registrar a cotação máxima de R$5,5916 (+0,48%) às 11h19, o dólar à vista atingiu a mínima de R$5,5523 (-0,23%) às 13h12.
No exterior, o dólar recuou ante uma cesta de divisas fortes e ante a maioria das demais moedas. Às 17h13, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,46%, a 97,400.
Pela manhã o Banco Central vendeu a oferta total de US$600 milhões em leilão de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) para rolagem dos vencimentos de 4 de agosto.