Por Peter Nurse
Investing.com – O dólar atingiu uma nova máxima de um mês durante o início das negociações na Europa, após autoridades do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) sinalizem mais aumentos de juros agressivos na batalha contra a inflação.
Às 8h45 (horário de Brasília), o Índice Dólar, que compara a moeda americana a uma cesta de seis divisas, registrava alta de 0,49%, a 108,01, depois de romper seu nível mais alto desde 18 de julho.
O índice está agora prestes a fechar a semana com uma alta de quase 2%, em seu melhor desempenho semanal desde 12 de junho.
O que estava ajudando o movimento era o fato de que diversos dirigentes do Fed, entre eles, James Bullard, presidente do Fed de St. Louis, e Mary Daly, presidente do Fed de São Francisco, defenderam a necessidade de mais aumentos de juros.
Esse é um sinal de que deve haver a terceira elevação consecutiva de 75 pontos-base nos juros americanos em setembro. A presidente do Fed de Kansas City, Esther George, afirmou que ela e seus colegas não vão parar de apertar a política monetária até que estejam “totalmente convencidos” de que a inflação esteja caindo.
Com isso, o euro recuava 0,38%, para 1,0051, frente ao dólar, cotação mais fraca desde 15 de julho. O movimento ocorria após o índice de preços ao produtor na Alemanha avançar 5,3% no mês de julho, maior ganho individual desde que a República Federal começou a compilar os dados em 1949. Os preços acumulam uma incrível alta de 37,2% no ano.
Embora as preocupações renovadas com a inflação aumentem a pressão para que o Banco Central Europeu eleve os juros mais uma vez em setembro, o cenário não está favorecendo a moeda única, já que os investidores parecem estar mais preocupados com os riscos de recessão.
A libra esterlina caía 0,89%, para 1,1827, frente ao dólar, apesar de as vendas no varejo do Reino Unido terem subido inesperadamente no mês de julho, a 0,3%, com os consumidores britânicos aproveitando as promoções online para gastar mais.
Essa pode ser a última boa notícia para os varejistas do Reino Unido por algum tempo, na medida em que a inflação está acima de 10%, e o Banco da Inglaterra vem alertando que a economia do país pode entrar recessão no quarto trimestre, podendo durar um ano.
Em relação ao iene, o dólar subia 0,84%, para 137,04, com as taxas dos títulos americanos fazendo a taxa de câmbio entre as duas moedas atingir seu maior patamar desde 28 de julho, prestes a fechar a semana com uma alta de 2%, mais valor desde 10 de junho.
O dólar australiano, sensível ao risco, caía 0,52%, para 0,6882, frente ao dólar, enquanto a moeda americana se valorizava 0,43%, para 6.8155, contra o iuane, que afundou após a China apresentar dados econômicos fracos na semana, além de preocupações com a saúde do mercado imobiliário do país.
Já em relação à lira turca, o dólar se valorizava 0,22%, para 18.1094, com a moeda da Turquia atingindo seu patamar mais baixo em oito meses, um dia após o banco central do país baixar a taxa referencial de juros de 14% para 13%, apesar da escalada da inflação.