Liquidação ou Correção de Mercado? Seja como for, aqui está o que fazer em seguidaVejas ações caras

Dólar cai ante real com investidores de olho no arcabouço e em dados fracos dos EUA

Publicado 05.04.2023, 17:11
Atualizado 05.04.2023, 17:30
© Reuters. Cédula de 100 dólares, em Tóquio
02/08/2011
REUTERS/Yuriko Nakao/Archivo
USD/TRY
-
USD/MXN
-
USD/BRL
-
DX
-
TRY/USD
-
CLP/USD
-
WDOc1
-

SÃO PAULO (Reuters) -O dólar retomou nesta quarta-feira a trajetória mais recente de baixa ante o real no Brasil, na esteira da percepção positiva em relação ao novo arcabouço fiscal do governo e da divulgação de dados fracos sobre a atividade econômica nos EUA, que reforçam a avaliação de que os juros norte-americanos podem não continuar subindo.

Neste contexto, profissionais ouvidos pela Reuters afirmaram que o diferencial de juros entre Brasil e EUA segue favorável à entrada de dólares no país, o que pesa sobre as cotações do dólar.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,0501 reais na venda, em baixa de 0,65%.

Na B3 (BVMF:B3SA3), às 17:12 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,47%, a 5,0690 reais.

O dólar recuou ante o real durante toda a sessão. No início do dia, a participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento do Bradesco BBI em São Paulo foi bem recebida nas mesas. Embora os comentários tenham reforçado falas anteriores, a percepção foi de que a relação do BC com o governo está melhor do que há algumas semanas.

Campos Neto falou para uma plateia do mercado financeiro que é preciso reconhecer o esforço do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para reduzir os riscos fiscais do país com a apresentação do novo arcabouço fiscal.

“Eu acho que o que foi anunciado até agora elimina o risco de cauda para aqueles que achavam que a dívida poderia ter uma trajetória mais explosiva”, afirmou Campos Neto.

Mais do que às notícias domésticas, o câmbio reagiu à divulgação de dados fracos da economia norte-americana.

Às 9h15 (horário de Brasília), o relatório de Emprego Nacional da ADP mostrou que foram abertos 145.000 postos de trabalho no setor privado no mês passado. Economistas consultados pela Reuters previam abertura de 200.000 vagas.

Às 11h, o Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) informou que seu PMI não manufatureiro caiu para 51,2 no mês passado, de 55,1 em fevereiro. Economistas consultados pela Reuters previam que o PMI não manufatureiro cairia para 54,5.

Os números reforçaram a percepção de fraqueza da economia norte-americana, o que em tese diminui o espaço para que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) continue a elevar sua taxa de juros.

Logo após a divulgação dos dados do ISM, o dólar à vista registrou a cotação mínima do dia, de 5,0166 reais (-1,31%). Na sequência, desacelerou as perdas, com investidores realizando lucros e outros agentes, como importadores, aproveitando as cotações mais baixas para comprar moeda.

“Os dados lá fora sugerem desaceleração da atividade, da inflação, e aí temos dois impactos que reverberam: o risco latente de haver uma recessão da economia americana, o que penaliza ativos como o dólar, e o que será feito na próxima reunião do Fed”, comentou Fernando Bergallo, diretor da assessoria de câmbio FB Capital.

“Existe muita gente avaliando a possibilidade de haver a manutenção da taxa de juros nos EUA. Isso traz um impacto direto no diferencial de juros entre Brasil e EUA e gera fluxo financeiro”, disse.

Um operador ouvido pela Reuters acrescentou que, nos últimos dias, não há motivos para que o dólar suba ante o real. Segundo ele, os ruídos políticos no Brasil diminuíram e a agenda está relativamente esvaziada.

No exterior, o dólar tinha movimentos mistos em relação a outras moedas de países emergentes no fim da tarde. A divisa dos EUA caía ante a lira turca e o peso colombiano, mas subia ante o peso mexicano e o peso chileno.

© Reuters. Cédula de 100 dólares, em Tóquio
02/08/2011
REUTERS/Yuriko Nakao/Archivo

Às 17:12 (de Brasília), o índice do dólar --que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas-- subia 0,40%, a 101,930.

Na manhã desta quarta-feira, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de maio.

(Por Fabrício de Castro; edição de Isabel Versiani)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.