Governo pode cortar mais de R$ 7 bi em emendas, diz Haddad
Investing.com – O dólar tem enfrentado pressão nas últimas semanas devido às incertezas sobre tarifas, mas a moeda norte-americana pode encontrar sustentação à medida que as tensões comerciais se intensificam antes do prazo de 10 de novembro para um novo acordo entre EUA e China, segundo análise da Macquarie.
O banco acredita que pode haver “uma saída natural do impasse EUA-China”, por meio de um entendimento em que Pequim aumentaria as compras de produtos norte-americanos, Washington manteria tarifas reduzidas e ambas as partes eliminariam barreiras não tarifárias. Ainda assim, com o presidente enfrentando limitações políticas internas, a China demonstra pouca urgência em ceder, o que tende a prolongar a instabilidade nos mercados até a data-limite, “antes que tarifas de 145% e 125% entrem em vigor”.
Caso persistam dúvidas sobre um acordo e as tarifas elevadas pareçam prováveis ao final de outubro, o Federal Reserve pode adotar postura mais cautelosa em relação a novos cortes de juros, alertou a Macquarie.
“Na prática, a perspectiva de tarifas mais altas pode tornar o Fed menos disposto a reduzir as taxas ou até favorecer uma decisão mais restritiva”, afirmou o relatório.
Diferentemente da reação observada em rodadas tarifárias anteriores, a instituição avalia que a atual escalada pode sustentar o dólar, “pela simples percepção de que novos cortes do Fed não estão garantidos”.
Enquanto investidores monitoram a sucessão de medidas e contramedidas — desde restrições chinesas à exportação de terras raras até novas listas de sanções comerciais dos EUA, tarifas portuárias e proibições tecnológicas que anulam trégua anteriores —, a volatilidade deve permanecer elevada enquanto se aguardam sinais concretos das próximas negociações bilaterais.
Nesse contexto, o avanço do prazo tarifário pode resultar em dinâmica distinta para o dólar. O risco de uma política monetária mais rígida do Fed e a incerteza sobre os próximos arranjos comerciais entre EUA e China tendem a favorecer a resiliência da moeda norte-americana, pelo menos até a aproximação do prazo de novembro, conclui a Macquarie.