O dólar recuou no confronto com moedas rivais nesta quarta-feira, 14, reagindo a falas do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, de apoio à acomodação monetária nos Estados Unidos. OS comentários do banqueiro central ofuscaram a leitura do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) de junho no país, que marcou alta bem acima das expectativas.
O índice DXY, que mede a variação da divisa americana ante seis pares, fechou em queda de 0,37%, aos 92,410 pontos. O euro se valorizava a US$ 1,1839 no fim da tarde em Nova York, enquanto a libra subia a US$ 1,3859 e o dólar recuava a 109,99 ienes.
No começo da sessão, a moeda dos EUA devolvia parte dos ganhos da sessão anterior, movimento que se intensificou após o Fed divulgar o discurso de Powell, em testemunho à Câmara dos Representantes. Segundo o presidente do BC americano, a economia do país ainda está distante de atingir as condições necessárias para o "tapering", como é chamado o processo de retirada gradual dos estímulos monetários.
Em meio às especulações de que o BC americano deve começar em breve a diminuir a acomodação financeira por conta da forte inflação nos EUA, o discurso de Powell traz poucas evidências de que os dirigentes do Fed estão mudando seus pensamentos quanto ao suposto caráter transitório da alta nos níveis de preços, segundo avalia a Capital Economics.
As falas do banqueiro central trouxeram alívio aos mercados, pressionando a segurança do dólar, mesmo após o Departamento de Comércio revelar que a inflação ao produtor americano subiu 1% em junho ante maio, bem acima da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, de aumento de 0,6%. Na variação anual, o avanço foi de 7,3%, maior taxa já registrada pela série histórica, iniciada em novembro de 2010.
Apesar de ter se fortalecido na comparação com o dólar, a libra esterlina avançou menos que outras moedas de economias desenvolvidas ante a divisa americana, em sessão marcada pela divulgação da inflação ao consumidor britânico em junho, que teve alta anual de 2,5%. A variação é a maior desde fevereiro de 2018 e superou a previsão de analistas, que projetavam alta de 2,2%.
Já o dólar canadense ficou próximo à estabilidade no confronto com a moeda dos EUA, após o Banco do Canadá (BoC, na sigla em inglês) decidir manter a taxa básica de juros em 0,25% e reduzir o volume do seu programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês). No mesmo horário citado anteriormente, o dólar recuava a 1,2514 dólar canadense.
Entre emergentes, a lira turca se valorizava ante o dólar no fim da tarde, após o Banco Central da Turquia deixar inalterado o juro básico no país, em 19%. A decisão marca a quarta vez consecutiva que o BC turco mantém o atual nível da taxa de juros. Perto do horário de fechamento dos mercados em NY, o dólar recuava a 8,5933 liras.