Investing.com – O dólar operava em alta contra as principais moedas nesta quinta-feira, com os investidores ajustando suas posições para os desafios deste novo ano. A moeda americana seguia perto do seu maior patamar em dois anos, sustentada por uma postura mais rígida do Federal Reserve (Fed, BC dos EUA) e expectativas em torno do novo governo de Donald Trump.
Às 8h de Brasília, o índice do dólar (DXY), que compara a moeda a uma cesta de outras seis importantes divisas, subia 0,23%, a 108,54, próximo do pico de terça-feira.
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O índice avançou 7% em 2024, com investidores se ajustando às expectativas de cortes na taxa de juros pelo Fed, após o banco central americano indicar, na última reunião política monetária, que realizará apenas dois cortes de 25 pontos-base em 2025, contra projeções anteriores de até quatro cortes.
Atualmente, o mercado precifica apenas 42 pontos-base de redução nos juros do Fed para este ano, com a volta de Donald Trump à presidência trazendo incertezas. Suas políticas de desregulamentação, cortes de impostos, aumento de tarifas e imigração mais rígida são vistas como favoráveis ao crescimento, mas também inflacionárias.
O foco agora está nos dados semanais de pedidos de auxílio-desemprego e no índice de gerentes de compras (PMI) industrial de dezembro, que serão divulgados ainda hoje, para avaliar a força da economia dos EUA.
Na Europa, o euro (EUR/USD) subia 0,1%, para 1,0364, após registrar queda superior a 6% em 2024.
Dados divulgados nesta quinta-feira mostram que a atividade industrial na zona do euro se contraiu em ritmo acelerado no final do ano, sem sinais de recuperação iminente.
O índice final de gerentes de compras (PMI) industrial da zona do euro, compilado pela S&P Global, caiu para 45,1 em dezembro, com a retração abrangendo as três maiores economias do bloco – Alemanha, França e Itália – todas em recessão industrial.
Investidores esperam mais cortes de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) em 2025, com o mercado precificando 113 pontos-base de redução, muito acima do Fed.
Essa divergência entre as políticas do Fed e do BCE “levará o euro à paridade com o dólar ao longo de 2025”, segundo analistas do ABN Amro.
A libra esterlina (GBP/USD) recuava 0,2%, para 1,2494, acumulando queda de 1,7% em 2024, embora tenha sido a moeda do G10 com melhor desempenho frente ao dólar.
Os preços de imóveis no Reino Unido subiram em dezembro, segundo a Nationwide, com alta mensal de 0,7%, após avanço de 1,2% em novembro.
A resiliência do mercado imobiliário britânico surpreendeu, considerando os sinais de desaceleração econômica mais ampla. Os preços encerraram 2024 com alta anual de 4,7%, acima dos 3,7% registrados em novembro, maior taxa desde o final de 2022.
O Banco da Inglaterra manteve as taxas de juros inalteradas no mês passado, após os preços ao consumidor superarem a meta, sugerindo uma postura mais cautelosa em relação ao BCE em 2025.
Na Ásia, o dólar se valorizava contra o iuane (USD/CNY), subindo 0,4%, para 7,3265, alcançando o maior nível em mais de um ano, após o índice Caixin PMI indicar crescimento abaixo do esperado na manufatura chinesa em dezembro.
Esse dado foi divulgado poucos dias após o PMI oficial também mostrar desempenho aquém das expectativas no setor manufatureiro.
Os números aumentaram preocupações sobre uma recuperação econômica mais lenta na China, com recentes medidas de estímulo oferecendo suporte apenas limitado.
Já contra o iene (USD/JPY), a divisa dos EUA recuava 0,3%, para 156,82, após atingir quase 158 em sessões recentes, seu maior nível em cinco meses, influenciado por uma perspectiva majoritariamente acomodatícia do Banco do Japão para 2025.