Dólar recua com aversão a ativos dos EUA após Trump criticar Powell novamente

Publicado 22.04.2025, 09:12
Atualizado 22.04.2025, 10:00
© Reuters. Contagem de notas de dólarn16/05/2016. REUTERS/Kham

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista tinha leve baixa ante o real nesta terça-feira, em linha com as perdas frente a emergentes, à medida que os investidores reagiam a novos ataques do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao chair do Federal Reserve, Jerome Powell, enquanto aguardam mais notícias sobre tarifas.

Às 9h39, o dólar à vista caía 0,36%, a R$5,7862 na venda.

Na B3 (BVMF:B3SA3), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha baixa de 0,18%, a R$5,802 na venda.

Os ganhos da moeda brasileira nesta sessão ocorriam na esteira do avanço de seus pares ante a divisa dos EUA, como o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno.

Por trás do movimento estava um contínuo aumento da aversão dos investidores a ativos norte-americanos, um dia após Trump criticar novamente a condução da política monetária do Fed por Powell.

Trump disse na segunda-feira, em publicação na plataforma Truth Social, que a taxa de juros deveria ser reduzida pelo Fed a fim de impedir uma desaceleração econômica nos EUA, chamando o chefe do banco central de "grande perdedor".

As falas de Trump foram uma nova escalada em sua retórica contra Powell, após o presidente ter afirmado na semana passada que o chair deixaria seu cargo caso ele pedisse.

Na esteira dos comentáros, os mercados demonstravam temores de que possa haver intervenção no banco central norte-americano, cuja independência é considerada um importante pilar da segurança do sistema financeiro do país.

Com isso, os ativos dos EUA -- dólar, Treasuries e ações de Wall Street -- sofreram grandes perdas na segunda, quando o mercado brasileiro esteve fechado por feriado, gerando uma pressão baixista para a divisa norte-americana neste pregão.

"Hoje a gente vê ainda o mercado reagindo às falas de Trump, já que a gente teve nosso mercado fechado na sexta e na segunda, com ele batendo muito forte em cima do Jerome Powell e pedindo que ele promova cortes na taxa de juros", disse Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.

"Isso vem afetando bastante o mercado, já que há receio de que haja intervenção na autonomia do banco central norte-americano. Se você tem o dólar sendo afetado por decisões políticas isso acaba prejudicando o andamento das cotações", completou.

As divisas de mercados emergentes ainda eram beneficiadas por preços mais altos do petróleo, que favorecem países exportadores da commodity, como o Brasil.

As atenções também estão voltadas para o avanço de negociações comerciais entre os EUA e seus parceiros, que buscam reduzir ou eliminar completamente as tarifas anunciadas por Trump no início do mês.

Investidores ainda seguem receosos quanto às tensões comerciais entre EUA e China, que implementou medidas retaliatórias contra as taxas comerciais da maior economia do mundo, provocando temores de uma desacelaração econômica global.

O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,19%, a 98,535.

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