Dólar recua com maior cautela sobre trégua entre EUA e China

Publicado 13.05.2025, 09:09
Atualizado 13.05.2025, 09:55
© Reuters. Nota de dólarn22/06/2017 illustration photo.   REUTERS/Thomas White/Illustration

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista recuava ante o real nesta terça-feira, em linha com uma fraqueza ampla da divisa norte-americana no exterior, à medida que os investidores avaliavam a trégua tarifária entre Estados Unidos e China e novos dados de inflação da maior economia do mundo.

Às 9h43, o dólar à vista caía 0,62%, a R$5,6483 na venda.

Na B3 (BVMF:B3SA3), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha baixa de 0,32%, a R$5,679 na venda.

Os movimentos do real nesta sessão ocorriam na esteira de perdas da moeda dos EUA frente a pares fortes, como o euro e o iene, e contra emergentes, como o peso mexicano e o peso chileno.

Os investidores seguiam reagindo ao anúncio de um acordo comercial entre as duas maiores economias do mundo na véspera, com o apetite por risco do pregão anterior cedendo lugar a uma maior cautela enquanto se aguardam mais detalhes sobre os próximos passos na disputa comercial.

EUA e China apresentaram na segunda um acordo para reduzir suas tarifas punitivas impostas em abril por 90 dias, com Washington cortando suas taxas de 145% sobre produtos chineses para 30%, enquanto Pequim diminuiu as tarifas de 125% sobre importações norte-americanas para 10%.

O anúncio do acordo fortaleceu o dólar globalmente na segunda-feira, uma vez que melhoraram as perspectivas sobre a economia norte-americana, vista como a principal prejudicada da guerra comercial iniciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

Mas uma vez que persistem incertezas sobre os desenvolvimentos da guerra comercial nos próximos meses, os agentes financeiros optavam por reverter algumas posições na sessão desta terça, provocando perdas para o dólar.

"Começamos o dia com uma leve inversão do que vimos ontem... Hoje existe uma certa moderação. Por mais que seja interessante que o acordo tenha sido firmado, a realidade ainda bate nas portas", disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

"As tarifas ainda são elevadas frente ao que tínhamos antes, ainda tem uma janela para negociações que não significa que tudo vai ser resolvido e a Casa Branca vai continuar com sua retórica errática", completou.

O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,26%, a 101,460.

No cenário externo, os mercados também estavam atentos a dados de inflação ao consumidor nos EUA, que também ajudavam na queda da divisa norte-americana.

O governo norte-americano informou que o índice CPI teve alta de 0,2% em abril, em dado abaixo da projeção de ganho de 0,3% em pesquisa da Reuters. Em 12 meses, a inflação foi a 2,3%, abaixo dos 2,4% esperados por analistas.

Apesar de o CPI não ser o índice utilizado pelo Federal Reserve para sua meta de inflação, o resultado fornecia maior confiança em um controle das pressões de preços no país, fomentando expectativas de mais espaço para cortes de juros.

Na cena doméstica, o foco estava em torno da ata da reunião da semana passada do Banco Central, em que os membros elevaram a Selic em 0,5 ponto percentual, a 14,75% ao ano, e deixaram em aberto o movimento do encontro de junho.

No documento, o BC afirmou que os membros avaliam que, em um ambiente de expectativas de mercado desancoradas, é necessária uma restrição monetária maior e por mais tempo do que seria apropriado em outro momento.

A perspectiva de juros altos mantém o diferencial de juros do Brasil favorável, o que também é um impulso positivo para o real.

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