Por Ambar Warrick
Investing.com – O iuane chinês atingiu a mínima de dois anos nesta segunda-feira, depois que o banco central do país cortou as taxas de juros pela segunda vez em duas semanas, ao mesmo tempo em que a maioria das outras divisas asiáticas recuava em meio à incerteza cada vez maior com os planos do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) para a política monetária.
O iuane caía 0,40% para 6,8442 frente ao dólar às 9h56 (horário de Brasília), seu patamar mais baixo desde setembro de 2020, após o Banco Popular da China (BPC) reduzir sua taxa referencial pela segunda vez consecutiva. O movimento ocorre no momento em que a instituição luta para estimular a economia contra os efeitos dos bloqueios sanitários da Covid, um mercado imobiliário endividado e uma crise energética incipiente.
O governo chinês prometeu recentemente dar suporte à economia com mais emissões de dívida e maiores gastos com infraestrutura, mas Pequim ainda precisa ceder em relação à sua política de Covid zero, que está no centro dos problemas econômicos vividos pelo país neste ano.
O recente corte de juros do BPC também gerou preocupação com o estado da economia chinesa, que conseguiu evitar uma contração por pouco neste 2º tri.
Houve uma piora no sentimento dos mercados monetários asiáticos nesta segunda-feira, diante da incerteza maior dos investidores com os planos do Fed de elevar os juros durante o resto do ano.
Já o Índice Dólar e os contratos futuros do DXY subiam levemente, mas se mantinham próximos da máxima de cinco semanas tocada na semana passada.
As atenções dos investidores estão agora voltadas ao discurso de Jerome Powell, presidente do Fed, no Simpósio de Jackson Hole nesta semana, em busca de mais indicações sobre a política monetária norte-americana.
Embora dados do início do mês tenham mostrado que os níveis de inflação nos EUA arrefeceram levemente, uma série de comentários rígidos de autoridades do Fed sugeriu que o banco central americano pretende manter seu forte ritmo de aumentos de juros.
As expectativas dos investidores estão praticamente divididas entre uma elevação de 50 ou 75 pontos-base pelo Fed em setembro.
Contrariando a tendência, o dólar da Nova Zelândia subia após o banco central do país dizer que elevaria os juros a um ritmo mais acelerado neste ano, a fim de conter a inflação. O banco elevou os juros, na semana passada, em 50 pontos-base.