A decisão do Reino Unido em deixar a União Europeia em referendo realizado ontem (23/6), cujos primeiros resultados saíram logo após as 19h30, no Brasil, surpreendeu o mercado e provocou um tombo de mais de 10% na cotação da libra esterlina frente ao dólar.
A moeda está sendo negociada a US$ 1,3310, contra um fechamento ontem a US$ 1,4877, quando as apostas estavam firmes na vitória pela permanência do país no bloco.
O pânico no mercado com a forte pressão vendedora da moeda teve início com a vitória do Brexit em Sunderland, área de maioria trabalhista, do primeiro-ministro David Cameron, que fez campanha pela permanência. O distrito votou 61,34% pela saída da União Europeia.
As bolsas asiáticas viraram para forte baixa após terem iniciado o pregão com otimismo pela permanência do Reino Unido. Nikkei 225 desaba 7,5% e puxa as baixas da região. Hang Seng perde 4,6%, seguido pelo Kopsi (-3,6%) e S&P/ASX 200 com -3,4%.
A vitória da campanha pela saída da União Europeia provoca incertezas em relação ao impacto econômico no Reino Unido e seus parceiros comerciais. Também abre receios sobre como os demais países do bloco reagirão a abertura do precedente do primeiro país a optar por sair da união. Nesta semana, políticos nacionalistas de países europeus, como Marine Le Pen na França, defenderam consultas populares semelhantes em suas nações.
O sentimento forte de incerteza provoca uma aversão ao risco, com investidores optando por direcionar seus recursos para investimentos mais seguros como dólar, ouro e títulos de governos estáveis.
O ouro registra ganhos de 5,6%, negociado a US$ 1.333,50 a onça, no maior valor desde meados de 2014. O Índice Dólar valoriza 3,2%.
Já as demais commodities sofrem com os ganhos do dólar e a fuga dos capitais dos ativos que embutem maior risco. O petróleo desaba 6% e é negociado a US$ 47/b contra os US$ 50 do fechamento de ontem.