O dólar hoje operou sem direção única no exterior, na véspera de dados da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, enquanto investidores ponderam sobre os próximos passos da política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Entre emergentes, o peso mexicano e o rublo russo se valorizaram contra a moeda americana, enquanto o peso argentino perdeu força, em meio a notícias locais.
Por volta das 17 horas (de Brasília), o dólar subia a 143,66 ienes e a libra recuava a US$ 1,2729. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de seis divisas fortes, fechou em queda de 0,03%, a 102,490 pontos.
O mercado de câmbio teve dificuldade em firmar movimentos robustos na véspera da CPI dos Estados Unidos e de dados surpreendentes de deflação na China, observa o analista da Oanda, Edward Moya. Para ele, investidores se posicionam enquanto ponderam se a inflação americana manterá tendência de baixa até a meta de 2% ao ano do Fed.
A Convera alerta que o dólar "corre o risco de outro revés", caso a inflação surpreenda para baixo e mostre resultados do aperto monetário realizado pelo BC americano até agora.
Neste cenário, o euro conquistou espaço nesta sessão e recuperou parcialmente perdas recentes. Segundo a Convera, o movimento foi apoiado pelo anúncio do governo da Itália sobre o limite de 0,1% na taxação sobre lucros excedentes de bancos italianos. A consultoria projeta ainda que, caso a CPI dos EUA desacelere, o euro pode testar resistência acima de US$ 1,10. No horário citado, o euro avançava a US$ 1,0980.
Entre emergentes, o dólar blue alcançou nesta tarde à marca histórica de 600 pesos argentinos, apesar dos esforços do governo da Argentina para frear o salto da moeda no mercado paralelo, segundo informações do jornal Ámbito Financeiro.
O movimento ocorre dias antes das eleições primárias do país, que decidirão os candidatos da corrida presidencial. No horário citado, o dólar blue avançava a 600 pesos argentinos no mercado paralelo, conforme o Âmbito Financiero, enquanto o dólar avançava a 285,2931 pesos no mercado oficial.
Na Rússia, o rublo ganhou força sobre o dólar, após o Banco da Rússia anunciar que vai interromper as compras de moeda estrangeira no mercado doméstico com o objetivo de "reduzir a volatilidade" dos mercados financeiros. No horário citado, o dólar caía a 96,910 rublos, após bater 98,18 rublos na máxima intraday e marcar o maior nível desde março de 2022.
Já o peso mexicano chegou a cair ante o dólar, porém, se recuperou ao longo da tarde e fechou em alta contra a moeda americana. A moeda do México foi abalada pontualmente por dados apontando alta de 0,48% no CPI mexicano em julho ante o mês anterior, como previsto pelos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal, mas com o núcleo do CPI em alta de 0,39%, um pouco abaixo da previsão de avanço de 0,41%. Para a Pantheon, o quadro na inflação mexicana continua a melhorar, o que permite que o Banco Central do México (Banxico) tenha tom menos duro na sua política monetária. No horário citado, o dólar recuava a 17,0783 pesos mexicanos.