O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, subiu nesta segunda-feira, 22, com investidores na expectativa pelo simpósio de Jackson Hole. Além disso, o DXY foi beneficiado pelo recuou do euro, que operou abaixo da paridade com a divisa americana, em meio a preocupações renovadas com a crise energética na Europa.
No fim da tarde em Nova York, o dólar avançava a 137,46 ienes, o euro caía a US$ 0,9942 e a libra tinha baixa a US$ 1,1760. O índice DXY subiu 0,81%, a 109,046 pontos.
De acordo com a Western Union, o simpósio de Jackson Hole, que começa na quinta-feira, será um evento observado de perto, enquanto os investidores se preparam para ouvir os principais bancos centrais do mundo sobre a estratégia de política monetária para combater os níveis crescentes de inflação. "O dólar americano permanece firme antes do simpósio. O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, provavelmente será a manchete, que deve enfatizar a necessidade de aumentos mais agressivos das taxas para combater a inflação", analisa.
O euro, por sua vez, operou abaixo da paridade ante o dólar e se desvalorizou no menor nível em 20 anos diante da divisa americana, desde dezembro de 2002, de acordo com o site Trading View.
"O euro continua a sofrer em meio ao agravamento da crise energética sendo exacerbada pela ameaça de a Rússia fechar completamente o fornecimento de gás ao continente. A importância do perfil energético de um país para a evolução da moeda continuará até que a volatilidade e os aumentos de preços nos mercados globais de commodities tenham diminuído", analisa a Western Union.
Os preços do gás natural na Europa dispararam nesta segunda, após a estatal russa Gazprom anunciar, no fim da semana passada, que irá suspender o fornecimento pelo gasoduto Nord Stream por três dias, a partir do dia 31, para serviços de manutenção.
"A recessão na Europa é uma conclusão inevitável, especialmente porque os riscos de interrupções no fornecimento de energia permanecem elevados. A manutenção do Nord Stream 1 é um grande risco para a Europa, pois ninguém sabe quando e quantos suprimentos voltarão a ficar disponíveis", comenta o economista Edward Moya, da Oanda.