Rio Bravo vê limite para apreciação cambial e espera mais crescimento econômico, inflação e juros

Publicado 18.05.2021, 16:21
Atualizado 18.05.2021, 16:25
© Reuters. Moedas de reais retratadas no Rio de Janeiro
15/10/2010
REUTERS/Bruno Domingos

SÃO PAULO (Reuters) - A gestora Rio Bravo revisou suas projeções para variáveis econômicas nesta terça-feira, passando a ver mais crescimento e inflação e prevendo que o Banco Central será forçado a promover ainda neste ano quase todo o aperto monetário previsto até o fim de 2022.

A projeção do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre passou de retração de 0,5% (na margem) para crescimento de 0,4%. Para 2021, a estimativa agora é de expansão de 4,0%, ante 3,2%. Em 2022, o PIB avançará 2,0%.

Com o crescimento econômico mais forte virá também mais inflação, que ficará em 5,1%, acima dos 4,8% da previsão anterior e com viés de alta. Em 2022, o IPCA subirá 3,5%.

A Rio Bravo avalia que os preços continuam numa "espiral de alta", tendo como principal fonte de pressão os preços internacionais das commodities, mas também a depreciação da taxa de câmbio, causada sobretudo pelo risco fiscal, na avaliação da gestora.

"Ainda vemos um limite para a apreciação do câmbio até o final do ano. Sem novidades estruturalmente relevantes para o controle fiscal, o câmbio continuará subvalorizado", disse a Rio Bravo em relatório, que lista ainda como fator relevante para o real a discussão eleitoral sobre 2022.

O diferencial de juros entre o Brasil e o mundo entrou na conta do "estresse cambial". Mais recentemente, o BC começou um processo de "normalização parcial" da política monetária, cláusula que, segundo a Rio Bravo, é questão de tempo que caia, já que as expectativas de inflação para 2022 já se encontram acima da meta --a pesquisa Focus mostra estimativa de 3,64%, acima da meta de 3,50%.

A previsão da Rio Bravo é que o BC eleve a Selic para 6,25% ao fim de 2021 e que faça um ajuste marginal para 6,50% até dezembro de 2022. A taxa básica de juros está atualmente em 3,5%.

A piora nas perspectivas para os preços pode ter pouco alívio da percepção de hiato do produto ainda negativo, uma vez que, de acordo com a gestora, a economia hoje não estaria tão longe de seu crescimento potencial, como se imaginava anteriormente.

Apesar do combo economia mais forte, inflação mais alta e juros voltando ao "normal", os profissionais da Rio Bravo avaliam que a retomada da vida segue distante.

"A pandemia seguirá no radar até pelo menos o quarto trimestre deste ano, quando a vacinação deve avançar com mais força. Até lá, teremos mais pressão para gastos mantendo o risco fiscal elevado."

 

(Por José de Castro)

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