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Guedes assegura a empresários que eventuais distorções da reforma tributária serão corrigidas, diz fonte

Publicado 09.07.2021, 09:25
Atualizado 09.07.2021, 10:00
© Reuters. Ministro da Economia Paulo Guedes em Brasília
22/06/2021 REUTERS/Ueslei Marcelino
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Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, assegurou em almoço com empresários na quinta-feira que eventuais distorções da reforma tributária -- encaminhada recentemente pelo governo ao Congresso Nacional -- serão corrigidas, segundo uma fonte relatou à Reuters.

No encontro, realizado na casa de João Camargo, administrador do grupo Esfera Brasil, Guedes reconheceu que a Receita Federal teria pesado a mão ao preparar a proposta, o que levou a um erro de dosimetria nas mudanças e também trazendo críticas do mercado, conforme a fonte, que pediu anonimato.

Ainda assim, o ministro da Economia reafirmou sua defesa de se introduzir a tributação sobre dividendos pagos a investidores.

Guedes disse que, conforme a Organização para a Cooperação do Desenvolvimento (OCDE), o imposto de renda sobre pessoa jurídica é tributado de 20% a 40%, igual margem de percentual para o IR de dividendos. Segundo ele, se as duas alíquotas ficarem em 20%, vai se chegar a um bom resultado, conforme a fonte.

Procurado, o Ministério da Economia informou que não vai comentar o assunto.

Na reunião, segundo a fonte, o ministro admitiu que vai reformular a tributação dos fundos imobiliários. Atualmente eles são isentos e o texto enviado ao Congresso prevê uma tributação de 15%.

Os presentes ao encontro ficaram de enviar sugestões concretas de mudanças nos próximos dias, conforme a fonte. A avaliação é que o setor está unido em torno das demandas.

© Reuters. Ministro da Economia Paulo Guedes em Brasília
22/06/2021 REUTERS/Ueslei Marcelino

Entre os nomes que foram convidados a participar do encontro, segundo o ministério, estão André Esteves, do BTG (SA:BPAC11); Benjamin Steinbruch, presidente da CSN (SA:CSNA3); Jean Jereissati, presidente da Ambev (SA:ABEV3); Luiz Carlos Trabuco, presidente do Conselho de Administração do Bradesco (SA:BBDC4); e Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho de Administração da Magazine Luiza (SA:MGLU3). Nem todos, entretanto, compareceram.

Na quarta-feira, mais de 100 associações empresariais e entidades assinaram carta direcionada ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), criticando o que chamaram de pressa na tramitação da reforma tributária, rechaçando pontos da proposta do governo e argumentando que o projeto desestimula a atração do investimento produtivo, prejudica a geração de empregos e dificulta o crescimento econômico.

Os signatários da carta criticaram o fim do desconto simplificado na declaração do Imposto de Renda Pessoa Física, defendendo que os recursos que o governo deixará de perder deveriam vir de redução dos gastos públicos --o que, para as entidades, aumenta a urgência da reforma administrativa.

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