Por Jessica Bahia Melo
Investing.com - Diante de um cenário macro desafiador, a Magazine Luiza (BVMF:MGLU3) reportou um prejuízo líquido de R$ 166,8 milhões no trimestre, revertendo lucro de R$143,5 milhões no mesmo período do ano passado. O EBITDA de R$496,1 milhões representou alta de 268,1% em igual comparação. Na avaliação do Goldman Sachs (NYSE:GS), o resultado não inspirou e veio abaixo das estimativas, que eram relativamente “pouco exigentes”.
As ações recuavam 2,01%, a R$3,90.
A empresa relatou crescimento de vendas em todos os canais, impulsionando o EBITDA. No entanto, as despesas operacionais ajustadas cresceram 5,1% na base anual. Em seu release de resultados, a varejista afirmou que com a proximidade do início de um dos maiores eventos esportivos do planeta, a Copa do Mundo, que será realizada no Catar, a companhia se preparou para “oferecer a seus clientes tudo o que eles precisam para acompanhar os jogos, torcer e comemorar. Desde uma Smart TV nova para assistir aos jogos, às camisetas da seleção brasileira e à comida entregue na hora do jogo”. Segundo a Magalu, “o melhor trimestre do varejo já começou”, ressaltando que temos pela frente Copa, Black Friday e Natal. “Seguimos confiantes, em meio a um cenário que promete, pelo menos no curto prazo, inflação menor e taxas de juros estáveis”, destacou a companhia.
Já o relatório do Goldman Sachs não mostra essa animação. De acordo com os analistas Irma Sgarz, Felipe Rached e Gustavo Fratini, receitas e EBITDA recorrente ficaram 5% abaixo do consenso, além de a companhia apresentar uma perda líquida significativamente maior do que o esperado.
Para o Goldman Sachs, a tendência de crescimento de receita e GMV melhorou na base trimestral, mas ainda é “pouco inspiradora”. Os analistas esperam que os investidores vejam melhores margens brutas, mas ainda muito abaixo dos níveis pré-pandemia. Além disso, o Goldman Sachs avalia que menores despesas com vendas e geração operacional de caixa no verde figuram entre os pontos positivos. Por outro lado, uma forte desaceleração no crescimento do GMV, despesas elevadas e alavancagem alta são pontos de cautela.
Citando apenas fatores que poderiam causar baixa nos papéis, como aumento da concorrência, investimentos e custos de logística acima do esperado, pressionando negativamente as margens, além de riscos potenciais de execução, o Goldman Sachs indicou, no entanto, que possui recomendação de compra para os papéis da varejista, com preço-alvo em doze meses de R$5,20.