(Reuters) - O presidente do Napoli, Aurelio De Laurentiis, saudou a decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia sobre o projeto da Superliga, dizendo que a Uefa e a Fifa não entendem o negócio do esporte e a necessidade de aumentar as receitas dos clubes.
O tribunal superior da UE disse que os órgãos dirigentes violaram a lei do bloco ao impedir a formação de uma Superliga, mas os clubes e as ligas se uniram para denunciar o projeto, comprometendo-se a jogar em competições administradas pela Uefa.
Os clubes espanhóis Real Madrid e Barcelona são os únicos que ainda apoiam o projeto da Superliga e De Laurentiis disse que discutiu a situação com o presidente do Real, Florentino Pérez.
"A Superliga foi um passo errado (em 2021), que, no entanto, provocou essa mudança. Agora precisamos pensar seriamente", disse De Laurentiis ao Corriere dello Sport.
"Conversei com Florentino Pérez e concordamos em colocar alguns empresários de verdade na mesa, não apenas presidentes nominais. Porque hoje o futebol é administrado por pessoas idosas, mas, acima de tudo, elas não têm visão."
O Napoli, atual campeão italiano, não estava entre os 12 clubes por trás do plano original para a liga separatista em 2021. As três equipes italianas envolvidas eram Juventus, Milan e Inter de Milão.
O Milan e a Inter se retiraram em 48 horas após o clamor dos torcedores e a ameaça de punições. A Juventus optou por se retirar no início deste ano após a mudança da diretoria do clube.
O tribunal superior da UE disse que a Fifa e a Uefa abusaram de sua posição dominante ao proibir os clubes de competir em uma Superliga quando foram ameaçados com sanções.
"A posição dominante da Uefa e da Fifa, que a Europa hoje censura, serviu para conceder bônus em troca de consentimento", acrescentou De Laurentiis.
"Aqueles que governaram até agora como monopolistas não entenderam que o futebol é um negócio e precisa de receitas crescentes."
(Por Federico Maccioni em Milão e Rohith Nair em Bengaluru)