Investing.com – Fundos de hedge globais (similares aos multimercados brasileiros) diminuíram suas posições a ações chinesas para o menor patamar em cinco anos, ao mesmo tempo em que elevaram seus investimentos no Japão, de acordo com informações divulgadas pela Reuters na quinta-feira, com base em um relatório do Goldman Sachs (NYSE:GS).
Essa mudança expressiva destaca as crescentes preocupações dos investidores com a economia chinesa. As ações chinesas se mantiveram praticamente estáveis ao longo do ano, já que o otimismo inicial por uma retomada do mercado esfriou diante das políticas insatisfatórias voltadas para revitalizar a economia enfraquecida.
O departamento de serviços principais do Goldman Sachs apontou que a China foi o principal foco das vendas de ações em mercados emergentes no último mês, com as ações “A” do continente sendo as principais responsáveis pelas saídas.
Como consequência, a participação líquida dos fundos de hedge em ações chinesas, tanto onshore quanto offshore, atingiu o menor nível em cinco anos. Por outro lado, os investimentos no Japão alcançaram seus níveis mais altos em quatro anos até o final de julho.
"O contraste entre os investimentos líquidos no Japão e na China está se expandindo", destacou o Goldman Sachs. À medida que a China enfrenta um aumento das pressões deflacionárias e o Japão eleva suas taxas após anos de deflação, os fundos de hedge estão cada vez mais buscando oportunidades de crescimento no mercado japonês.
O índice de referência do Japão, o Nikkei, registrou um aumento de 17% até agora neste ano.
A China, que é a segunda maior economia mundial, cresceu apenas 4,7% no segundo trimestre, marcando seu ritmo mais lento de crescimento desde o primeiro trimestre de 2023.
Os analistas observaram que os recentes e surpreendentes cortes nas taxas de juros e as diretrizes políticas do Terceiro Plenário do Partido Comunista tiveram pouco efeito para dissipar as preocupações com a demanda interna ou para melhorar o sentimento do mercado.
No final de julho, os fundos de hedge globais possuíam aproximadamente 6,6% de seus portfólios investidos em ações chinesas, um declínio acentuado em relação ao pico de 15% em meados de 2020, segundo o relatório do Goldman.
Os fundos de ações long-short com foco na China registraram seu pior mês em mais de dois anos, com uma perda média de 5,8% até 29 de julho. Em contraste, os fundos de ações long-short pan-asiáticos caíram 3,5%, enquanto os fundos focados no Japão obtiveram um ganho de 1,2%.