BBAS3: Por que as ações do Banco do Brasil subiram hoje?
Investing.com - A estimativa de que uma desaceleração da economia brasileira freie a deterioração das expectativas de inflação reduziu a projeção da taxa terminal da Selic de gestores latinos-americanos em relação ao início do ano. É o que revela, em relatório divulgado nesta terça-feira (15), a Pesquisa com Gestores de Fundos da região realizada pelo Bank of America (NYSE:BAC) (BofA), que ouviu 32 gestores com aproximadamente US$ 79 bilhões de ativos sob gestão.
No início do ano, a expectativa era de que o atual ciclo de alta da Selic terminasse em 17%. Agora, dois terços dos participantes projetam a taxa final entre 14,5% e 15%. A taxa Selic está atualmente em 14,25%.
No último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, o colegiado cumpriu a sinalização da reunião anterior e elevou a taxa básica de juros em 100 pontos-base. Na próxima reunião de 7 de maio, o Copom sinalizou outra alta nas taxas, mas sem especificar magnitude, orientando que a decisão será dependente dos dados.
Nesse patamar, os gestores estão longe de ter uma posição preponderante em ações brasileiras. Para iniciar uma rotação no portfólio, a maioria dos gestores apontaram uma Selic de ao menos 10%.
Riscos externos reduzem apetite ao risco
A pesquisa do BofA revela que as tarifas de Trump em importações de outros países são a maior preocupação de risco externo entre os investidores latino-americanos, com receios de desaceleração econômica nos EUA e na China, além da queda do preço das commodities, terem crescido entre os gestores.
Essas perspectivas se traduzem em um menor apetite ao risco. Apenas 6% dos gestores estão neste momento tomando riscos maiores do que o normal, com a maioria aumentando os níveis de caixa.
Porém, 44% planejam aumentar a alocação em ações nos próximos 6 meses, percentual acima da média histórica (38%). Os setores de serviços públicos e financeiro são os preferidos, enquanto commodities e consumo discricionário são avaliados como underweight. Os respondentes preveem que as estratégias em alta qualidade e alto dividend yield são as que devem ter o melhor desempenho nos próximos 6 meses.
Projeções Ibovespa, dólar e PIB do Brasil
A expectativa dos gestores é de um Ibovespa lateralizado com leve alta acima do recorde histórico ao longo do ano, com projeção de terminar 2025 entre 130 mil e 140 mil pontos. 31% esperam que haverá revisão para baixo das expectativas dos resultados corporativos ao longo deste ano. Porém, o sentimento é que as ações brasileiras têm potencial de ter melhor desempenho em relação aos seus pares latino-americanos do que os papéis mexicanos.
Como a expectativa é de um dólar fraco em nível global, a projeção média é de que a moeda brasileira feche 2025 em R$ 5,80 por dólar. Já a estimativa média de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deste ano ficou na faixa entre 1% e 2%.