BBAS3: Por que as ações do Banco do Brasil subiram hoje?
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ignorou ao menos uma tentativa de Israel de reduzir a tensão diplomática com o Brasil.
O Poder360 apurou que a chancelaria de Israel fez contato com o Ministério das Relações Exteriores brasileiro questionando qual gesto poderia ser aceito por Brasília para destravar a nomeação de um novo embaixador. A iniciativa foi ignorada. Não houve resposta positiva ou negativa.
A movimentação foi feita por canais diplomáticos, em tom de conciliação. O objetivo era entender como viabilizar a permanência de uma representação de alto nível em Brasília, o que é considerado prioritário por Israel mesmo com as seguidas críticas ao governo israelense por Lula e integrantes de sua administração.
Segundo apurou o Poder360, o Itamaraty se recusou a responder à consulta. Na prática, o gesto foi interpretado como uma sinalização clara de que o Brasil não tem interesse em negociar qualquer distensão nas relações neste momento.
Em Tel Aviv, é dado como certo que o país ficará sem embaixador no Brasil até ao menos 2026, quando haverá nova eleição presidencial.
O atual embaixador de Israel, Daniel Zonshine, deixa o país na próxima semana. Ele não será substituído, ao menos por enquanto. Com isso, a embaixada israelense em Brasília será comandada por um encarregado de negócios –uma posição técnica e de menor peso político.
Procurado, o Itamaraty disse que todos os processos relacionados à entrada de novos embaixadores são sigilosos e que o órgão não iria comentar um caso em particular.
Lula e Israel
A relação do governo Lula com Israel deteriorou-se rapidamente desde o início da guerra de Israel contra o Hamas, em outubro de 2023.
O presidente brasileiro fez reiteradas críticas a Tel Aviv, classificando as ações israelenses como “genocidas” e comparando-as ao extermínio de judeus na 2ª Guerra Mundial (1939-1945).
As declarações causaram forte reação do governo de Benjamin Netanyahu, que declarou Lula “persona non grata” em Israel.
O impasse levou o Itamaraty a recusar a nomeação de um novo embaixador israelense no Brasil. E mesmo com o interesse de Israel em manter o canal diplomático aberto, o Brasil adotou a estratégia do silêncio.
A expectativa no meio diplomático é de que as relações bilaterais seguirão estagnadas até o fim do atual governo.