Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou abertura de inquérito contra o presidente Michel Temer em consequência da denúncia de que Temer teria dado aval ao empresário Joesley Batista para manter pagamentos ao ex-deputado Eduardo Cunha em troca de silêncio sobre denúncias contra o governo, informou uma fonte.
Reportagem do jornal O Globo na quarta-feira, confirmada à Reuters por três fontes, revelou que Joesley, um dos donos do frigorífico JBS (SA:JBSS3), gravou conversa com Temer na qual o presidente daria aval para a compra do silêncio de Cunha.
Na conversa, Temer também indica, segundo o jornal, o empresário e deputado Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F, holding que controla a JBS.
Em nota após a divulgação da denúncia, Temer negou que tenha pedido o pagamento para conseguir o silêncio de Cunha ou tenha autorizado qualquer movimento nesse sentido.
"O presidente jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Não participou e nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar", disse a assessoria de imprensa da Presidência.