Com a entrada de Ricardo Lewandowski, 75 anos, na vaga de Flávio Dino no Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Esplanada dos Ministérios do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá sido alterada 5 vezes. Antes, Lula trocou nomes nos ministérios do Esporte, Portos e Aeroportos, Gabinete de Segurança Institucional e Turismo.
Além das mudanças, Lula criou o Ministério da Micro e Pequena Empresa para alocar Márcio França, que ficou sem espaço depois da indicação de Silvio Costa Filho para Portos e Aeroportos.
Esta é a 2ª vez que Lula indica Lewandowski para um cargo de relevância. Em 2006, em seu 1º mandato, o petista indicou o magistrado para o STF. Os 2 mantêm uma relação de proximidade há décadas. Ambos iniciaram suas carreiras em São Bernardo do Campo (SP), cidade da região metropolitana de São Paulo.
Lewandowski deverá indicar como secretário-executivo, cargo que equivale a uma espécie de vice-ministro, o advogado e professor Manoel Carlos de Almeida Neto, que já trabalhou em seu gabinete no STF e também com o decano da Corte, ministro Gilmar Mendes.
Manoel Carlos de Almeida Neto é professor de direito e diretor jurídico da CSN (BVMF:CSNA3) (Companhia Siderúrgica Nacional) desde 2016. Foi um dos cotados para suceder o próprio Lewandowski no STF quando ele deixou a Corte. Lula, no entanto, escolheu seu ex-advogado Cristiano Zanin.
Atualmente, o posto é ocupado por Ricardo Cappelli, nome que era defendido por Dino e pelo PSB para continuar na função. Lula deu total autonomia para que o próximo ministro da Justiça escolha seu número 2. O novo ministro não tem a mínima intimidade com Capelli, tampouco seu estilo midiático combina com o de Lewandowski, mais contido.
Ainda não há, entretanto, um destino fechado para Capelli, que indicou que vai tirar um período de recesso antes de ajudar na transição.
Imbróglio com o PSB
O partido do vice-presidente Geraldo Alckmin quer manter seus cargos no ministério mesmo com a saída de Dino. Nas negociações pelo comando da Justiça, o PT conseguiu a promessa de que terá sua presença mantida já que apoiou o nome de Lewandowski para o cargo.
Publicamente, os pessebistas dizem que o presidente é quem deve decidir, junto com Lewandowski, como deve ficar a estrutura do ministério, mas nos bastidores admitem que há uma insatisfação pela possível perda de espaço na Esplanada.
Afirmam que o governo despreza a ajuda que o partido deu ao PT nas eleições de 2022. Márcio França por exemplo, abriu mão de sua candidatura ao governo de São Paulo em prol de Fernando Haddad. No ano passado, França foi remanejado na Esplanada na 1ª reforma ministerial de Lula.
O PSB passa a ter 2 ministérios: o do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, com Alckmin, e o do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, com França.