Por Gabriel Codas
Investing.com A sessão desta quinta-feira começa com alta de 0,51% aos 117.390 pontos para o índice Ibovespa Futuros às 09h20, com o dólar recuando 0,15% a R$ 4,1691. O mercado segue repercutindo a assinatura do acordo comercial entre Estados Unidos e China, enquanto espera por dados importantes da economia americana, como os dados das vendas do varejo, que serão divulgados nesta manhã. No cenário doméstico, os investidores avaliam o índice IBC-Br, prévia do PIB mensurado pelo Banco Central, de novembro.
- Cenário Interno
- IBC-Br
O índice IBC-Br de novembro não confirmou o pessimismo do mercado após a divulgação de dados fracos da produção industrial, estabilidade no volume de serviços e crescimento menor que esperado do varejo no mesmo mês.
O IBC-Br de novembro registrou alta de 0,18% em relação ao mês anterior, resultando em uma elevação anual de 1,10%. A expansão em novembro é decorrente da revisão estatística dos dados de outubro. O IBC-Br do 10º mês do ano foi reavaliado com uma alta de 0,09% em vez de 0,17% como divulgado anteriormente, diminuindo também a expansão em relação a outubro de 2018, de 2,13% para 1,98%.
IGP-10
O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) iniciou 2020 com alta de 1,07%, desacelerando ante a taxa de 1,69% no mês anterior, sob a influência da menor força dos preços do atacado.
A Fundação Getulio Vargas (FGV) informou nesta quinta-feira que o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede a variação dos preços no atacado e responde por 60% do índice geral, teve em janeiro avanço de 1,38%, de 2,26% em dezembro.
A desaceleração da alta dos preços do grupo Matérias-Primas Brutas, de 4,12% no mês passado para 1,26% em janeiro, teve destaque na leitura para o atacado. Os preços dos bovinos registraram queda de 1,68% depois de subirem 21,31% em dezembro.
Para o consumidor o ano começou com menor pressão, já que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10), que responde por 30% do índice geral, desacelerou a alta a 0,51% em janeiro, ante 0,75% no mês anterior.
Candidatura para a OCDE
O endosso dos Estados Unidos à entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é apoio de gala às vésperas do país reforçar seu comprometimento com reformas no Fórum Econômico Mundial, afirmou o secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, nesta quarta-feira.
Na véspera, a embaixada dos EUA anunciou a decisão de priorizar a candidatura do Brasil. Com isso, o país ganhou o lugar da Argentina enquanto país sul-americano que pleiteia ingresso no clube e é apoiado pelo governo do presidente Donald Trump.
A expectativa do governo brasileiro é que isso aconteça até o fim do mandato do presidente Jair Bolsonaro.
- Cenário Externo
Acordo Comercial
A China vai aumentar as compras de produtos e serviços dos Estados Unidos em 200 bilhões de dólares ao longo de dois anos em troca da retirada de algumas tarifas, de acordo com o acordo comercial inicial assinado pelos dois países para aliviar os 18 meses de disputa que afetaram o crescimento global.
Os principais mercados acionários do mundo atingiram máximas recordes após a assinatura do acordo na quarta-feira em Washington, mas logo depois tomaram conta as preocupações de que ele pode não aliviar as tensões por muito tempo, com várias questões ainda não resolvidas.
Embora reconheça a necessidade de mais negociações com a China para resolver uma série de problemas, o presidente Donald Trump comemorou o acordo como uma vitória para a economia dos EUA e as políticas comerciais de seu governo.
Brexit
Caberá ao Reino Unido decidir se busca mais tempo para negociar um acordo comercial com a União Europeia após o país deixar o bloco, disse a chefe da Comissão Europeia nesta quarta-feira.
O Reino Unido deve deixar a UE em 31 de janeiro após fechar um acordo de separação no final do ano passado, mas permanecerá vinculado a todas as regras do bloco até o final de 2020, em uma fase de transição acordada com o objetivo de amenizar sua saída.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, insiste que não pedirá mais tempo, mesmo que os líderes europeus, incluindo a presidente da Comissão da UE, Ursula Von der Leyen, ponham em dúvida a viabilidade de acordo comercial nos próximos 11 meses.
"Apenas um dos dois pode pedir uma extensão e esse é o Reino Unido. Vamos ver no meio do ano onde estamos", disse Von der Leyen em entrevista coletiva em Dublin.
Argentina
Os preços ao consumidor na Argentina subiram 53,8% em 2019, o maior aumento em 28 anos, impondo um grande desafio para o novo governo do presidente Alberto Fernández na terceira maior economia da América Latina.
A taxa de inflação de 2019, divulgada pela agência de estatísticas Indec, ficou ligeiramente abaixo dos 54,6% previstos por economistas em uma pesquisa do banco central local em dezembro.
Os preços ao consumidor subiram 3,7% em dezembro, informou a agência. Essa taxa também ficou ligeiramente abaixo das expectativas dos economistas, de 4,1%, de acordo com uma pesquisa do banco central divulgada em janeiro. Na mesma sondagem, os economistas previram que a inflação diminuiria em 2020 para um nível ainda alto de 42,2%.
BOLSAS INTERNACIONAIS
Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,07%, a 23.933 pontos. Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,38%, a 28.883 pontos. Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,52%, a 3.074 pontos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,42%, a 4.149 pontos.
O dia se mostra de queda também nos mercados europeus, com o DAX, de Frankfurt, perdendo 0,20% aos 13.406 pontos, enquanto que o FTSE, de Londres, cede 0,43% aos 7.610 pontos. Já em Paris, o CAC recua 0,07% aos 6,028 pontos.
COMMODITIES
A jornada desta quinta-feira teve como característica uma relevante queda nas cotações dos contratos futuros do minério de ferro, que são transacionados na bolsa de mercadorias da cidade chinesa de Dalian. O ativo com o maior volume de negócios, com data de vencimento para maio, encerrou com retração de 1,20% a 658,50 iuanes por tonelada, o que representa variação de 8,00 iuanes diante do valor de liquidação da véspera, que foi de 665,50 iuanes/t.
De forma oposta, a sessão foi marcada por valorização nos preços dos papéis futuros do vergalhão de aço, que são negociados na bolsa de mercadorias da também chinesa cidade de Xangai. O contrato de maior liquidez, com entrega em maio, somou 9 iuanes para 3.565 iuanes por tonelada. O mais curto, de janeiro, cedeu 14 iuanes para 3.671 iuanes/t.
A quinta-feira é de ganhos nos preços do petróleo, com o barril do tipo Brent, referência de Londres, avançando 0,39%, ou US$ 0,25, a US$ 64,25. Já em Nova York, o WTI tem valorização de 0,17%, ou US$ 0,10, a US$ 57,91.
MERCADO CORPORATIVO
- Petrobras (SA:PETR4)
A Petrobras (SA:PETR4) iniciou nesta quarta-feira o processo para a venda da totalidade de sua participação nos Polos Golfinho e Camarupim, duas concessões marítimas localizadas em águas profundas no pós-sal da Bacia do Espírito Santo, informou a empresa em comunicado.
A companhia detém 100% de participação em ambas as concessões, com exceção do bloco exploratório BM-ES-23, no Polo Golfinho, no qual possui 65% (PTTEP e Inpex detêm o restante).
A estatal afirmou ter iniciado em agosto de 2018 o processo para adquirir a participação da Ouro Preto no campo de Camarupim Norte, prevendo a conclusão da transação ainda no primeiro trimestre deste ano.
Segundo a Petrobras (SA:PETR4), o Polo Golfinho está localizado em lâmina d'água entre 1.300 metros e 2.200 metros, tendo produzido em média 15 mil barris por dia de óleo e 750 mil metros cúbicos diários de gás em 2018 e 2019.
Já o Polo Camarupim fica em lâmina d'água entre 100 metros e 1.050 metros e compreende os campos de Camarupim e Camarupim Norte, ambos produtores de gás não associado.
- ANP
O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone, enviou carta ao presidente Jair Bolsonaro informando que decidiu antecipar o fim do seu mandato, previsto para terminar em dezembro, e que permanecerá no cargo até a aprovação de um substituto.
Oddone listou na carta realizações durante seu mandato iniciado em 2016 e afirmou ter cumprido a missão assumida ao chegar ao posto.
"O processo de grandes mudanças no setor, do qual participei com afinco, encerrou-se com os últimos leilões e a identificação das ações necessárias para eliminar as restrições regulatórias e estimular a competição nos setores de abastecimento, de distribuição e revenda de combustíveis automotivos e de aviação, de gás de cozinha e de gás natural", afirmou.
AGENDA DE AUTORIDADES
- Jair Bolsonaro
O presidente da República começa a quinta-feira recebendo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. Em seguida, tem reunião com os ministros Onyx Lorenzoni, (Casa Civil), Bento Albuquerque (Minas e Energia) e Ricardo Salles (Meio Ambiente), além de Terry Streeter, Fundador e Diretor da empresa Riverbank Resources Mineração e Timothy Kane, Embaixador da Austrália no Brasil.
Em seguida, se encontra com Antonio Barra Torres, Diretor-Presidente Substituto da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA.
Na parte da tarde, tem reunião com Bento Albuquerque, Ministro de Minas e Energia; Gilson Machado Guimarães Neto, Presidente do Instituto Brasileiro do Turismo; Renato Augusto Pontes Cunha, Presidente Sindaçúcar de Pernambuco; e Pedro Robério de Melo Nogueira, Presidente do Sindaçúcar de Alagoas. Recebe ainda Alfredo Alexandre Menezes Junior, Superintendente da SUFRAMA.
Ainda na parte da tarde, se reúne com Onyx Lorenzoni, Ministro-Chefe da Casa Civil; e John Rodgerson, Presidente da Azul (SA:AZUL4) Linhas Aéreas Brasileiras. O dia chega ao fim com a Solenidade de Passagem de Comando da Operação Acolhida.
- Paulo Guedes
- Participa da Reunião Especial de 2020 da Mont Pelerin Society.
Com Reuters.