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ABERTURA: Tensão geopolítica derruba Ibov futuro nesta sexta-feira; dólar dispara

Publicado 03.01.2020, 09:06
Atualizado 03.01.2020, 09:40
© Reuters.  ABERTURA: Tensão geopolítica puxa início negativo do Ibovespa nesta sexta-feira
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Investing.com - Depois da forte alta da sessão da véspera, o índice Ibovespa Futuros abre a sexta-feira com queda de 1,16% aos 117.475 pontos às 09h35. Já o dólar comercial subiu 0,83% a R$ 4,0591, com a máxima chegando a R$ 4,07, um dia após chegar à mínima de R$ 4,00 mesmo encerrando o dia em alta em seguida. O dia deve ser movimentando com as tensões geopolíticas causadas pelo ataque dos Estados Unidos que matou o general e chefe da Guarda Revolucionária do Irã Qasem Soleimani no Iraque. O preço dos ativos de refúgio subiu com os investidores cautelosos, assim como o preço do petróleo decolou com risco de interrupção do fornecimento do hidrocarboneto caso haja uma escalada das tensões no Oriente Médio. Desta forma, as expectativas da assinatura do acordo comercial com a China em segundo plano, por enquanto.

- Cenário Interno

Cheque Especial

O presidente Jair Bolsonaro usou suas redes sociais nesta quinta-feira para defender a decisão sobre as novas regras para os juros do cheque especial, que impôs um teto de 8% ao mês para os juros cobrados sobre esta modalidade de crédito.

A fala do presidente ocorre um dia após a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) criticar a medida e enviar ofício ao Banco Central cobrando a revogação da iniciativa.

Balança Comercial

A balança comercial brasileira fechou 2019 com superávit de 46,674 bilhões de dólares, recuo de 20,5% pela média diária sobre 2018, num ano marcado por arrefecimento no comércio global pelas tensões entre Estados Unidos e China, crise na Argentina e menor crescimento doméstico que o inicialmente projetado.

O saldo foi o menor desde 2015, quando houve superávit de 19,5 bilhões de dólares, e a expectativa do governo é de nova redução este ano.

- Cenário Externo

Irã

O Irã prometeu vingança severa depois que um ataque aéreo dos Estados Unidos em Bagdá na sexta-feira matou Qassem Soleimani, comandante da força de elite iraniana Quds e arquiteto da crescente influência militar do país no Oriente Médio.

Soleimani era um general considerado a segunda figura mais poderosa do Irã, depois apenas do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei.

O ataque noturno dos EUA, autorizado pelo presidente Donald Trump, marcou uma escalada dramática em uma disputa no Oriente Médio entre o Irã e os Estados Unidos e seus aliados, principalmente Israel e Arábia Saudita.

O comandante da principal milícia do Iraque, Abu Mahdi al-Muhandis, conselheiro de Soleimani, também foi morto no ataque.

O presidente do Iraque, Barham Salih, condenou nesta sexta-feira o ataque aéreo dos Estados Unidos no aeroporto de Bagdá que matou Qassem Soleimani, comandante da força de elite Quds do Irã, e pediu moderação a todas as partes.

O Iraque deve colocar seu interesse nacional em primeiro lugar e evitar as tragédias de um conflito armado que afeta o país ao longo de quatro décadas, disse ele em comunicado.

BOLSAS INTERNACIONAIS

Em TÓQUIO, o índice Nikkei permaneceu fechado. Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,32%, a 28.451 pontos. Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,05%, a 3.083 pontos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,18%, a 4.144 pontos.

As tensões com a crise geopolítica no Oriente Médio derrubam as bolsas europeias. Em Frankfurt, o DAX tem queda de 1,82% aos 13.141 pontos, enquanto que em Londres, o FTSE recua 0,48% aos 7.567 pontos. Já em Paris, o CAC cede 0,61% aos 6.004 pontos.

COMMODITIES

A sessão desta sexta-feira foi marcada por uma nova valorização nos preços dos contratos futuros do minério de ferro, que são transacionados na bolsa de mercadorias da cidade chinesa de Dalian. O ativo como o maior volume de negócios, com vencimento para maio deste ano, somou 1,60% a 666,00 iuanes por tonelada, o que representa uma variação diária de 10,50 diante do valor liquidação da véspera, que foi de 655,50 iuanes/t.

No caso dos papéis futuros do vergalhão de aço, a jornada teve sentindo oposto, com as cotações recuando na bolsa de mercadorias de Xangai, também na China. O contrato mais líquido, com entrega para maio de 2020, cedeu 20 iuanes para 3.543 iuanes por tonelada. Já o segundo em volume, para janeiro, recou 10 iuanes para 3.750 iuanes por tonelada.

Os preços do petróleo seguem com forte valorização nesta sexta-feira, diante das crescentes tensões no Oriente Médio e de sinais de melhora nas relações comerciais entre Estados Unidos e China, embora o fortalecimento do dólar tenha limitado os ganhos nas cotações.

Os contratos futuros do petróleo Brent registram em alta de 4,18%, ou US$ 2,77, a US$ 69,02 por barril, enquanto o petróleo dos EUA avançam 3,99%, ou US$ 2,44, para US$ 63,62 o barril.

MERCADO CORPORATIVO

- Financiamento imobiliário

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, disse nesta quinta-feira que a instituição vai lançar em março uma nova linha de crédito imobiliário com juro fixo, sem correção.

“Acreditamos que, a partir de março, quando lançaremos crédito imobiliário sem nenhum tipo de correção, isso [adesão a essa modalidade] vai se multiplicar”, disse ele, após se reunir com o presidente Jair Bolsonaro.

Essa linha de financiamento não contará com os fatores de correção de outras, como a Taxa Referencial (TR) ou o índice oficial de inflação, o IPCA.

“Você vai poder contratar crédito de 30 a 35 anos e saber quanto vai pagar no período”, disse ele, ao classificar a iniciativa como uma “revolução”.

- Proteína Animal

As exportações de carne suína in natura do Brasil encerraram 2019 com um recorde mensal de 65,9 mil toneladas em dezembro, apontaram dados publicados nesta quinta-feira pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em ano marcado por uma forte demanda de proteínas pela China.

No acumulado de 2019, os embarques da carne de porco totalizaram 635,5 mil toneladas, uma alta de 15,75% em relação ao ano anterior, de acordo com números da Secex compilados pela Reuters.

Em ritmo semelhante, as vendas de carne bovina in natura do país avançaram 12,5% em 2019 na comparação anual, atingindo o volume de 1,52 milhão de toneladas, após exportações de 149 mil toneladas em dezembro.

Em outubro, quando somaram 160,1 mil toneladas, os embarques do produto bateram seu recorde mensal histórico.

- Setor Automotivo

O Brasil emplacou 2,787 milhões de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus em 2019, um crescimento de 8,65% sobre o ano anterior, informou nesta quinta-feira a associação de distribuidores, Fenabrave. O volume marca o melhor ano de vendas para o setor desde 2014, quando somaram cerca de 3,5 milhões de unidades.

Para 2020, a entidade fez uma primeira previsão, de crescimento de 9,6% nas vendas de veículos novos no país, a 3,056 milhões de unidades.

“Esse desempenho positivo (de 2019) se deve a alguns fatores econômicos, como taxa de juros menores e à queda nos índices de inadimplência e de desemprego, o que refletiu, diretamente, no aumento da confiança do consumidor e, também, do empresário brasileiro”, disse o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, em comunicado à imprensa.

- Minério de ferro

A exportação de minério de ferro do Brasil recuou 14,85% em 2019 na comparação com 2018, com uma menor oferta da Vale (SA:VALE3) pesando nas vendas externas do país, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) publicados nesta quinta-feira.

Os embarques totais de minério do Brasil atingiram 335,66 milhões de toneladas no ano passado, ante 394,2 milhões de toneladas em 2018.

O país exportou em dezembro 24,7 milhões de toneladas, abaixo do volume de 27,25 milhões de toneladas registrados no mês anterior. Em dezembro de 2018, os embarques do Brasil somaram 33,2 milhões de toneladas.

- B3

A B3 espera progressos em 2020 nas discussões com o governo federal para adoção de um modelo mais simplificado de tributação sobre os ganhos dos investidores com investimentos em renda variável, disse nesta quinta-feira o presidente-executivo da operadora de infraestrutura de mercado, Gilson Finkelsztain.

“Temos um grupo de trabalho sobre esse tema e esperamos ter progressos a respeito neste ano”, disse o executivo a jornalistas em teleconferência após anúncio de ajustes na política de tarifação da companhia.

De acordo com Finkelsztain, simplificar a cobrança de Imposto de Renda sobre ganhos com investimentos em ações é uma demanda antiga do mercado e, se for resolvida, pode ajudar a popularizar os investimentos em ações.

AGENDA DE AUTORIDADES

Mais uma vez, o presidente da República, Jair Bolsonaro, e ministro da Economia, Paulo Guedes, n]ao têm compromissos públicos oficiais nesta sexta-feira.

*Com Reuters

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