Por Shreyashi Sanyal e Sagarika Jaisinghani
(Reuters) - As ações europeias fecharam em alta nesta sexta-feira, com os planos do presidente Donald Trump de reabrir a economia dos EUA, seguindo medidas semelhantes anunciadas na Europa, apoiando as esperanças de uma retomada da atividade após semanas de isolamento.
Os investidores também se apoiaram nos relatos de um possível medicamento para o tratamento do Covid-19 produzido pela farmacêutica norte-americana Gilead Sciences
O índice FTSEurofirst 300 subiu 2,52%, a 1.308 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 ganhou 2,63%, a 333 pontos, permanecendo positivo pela segunda semana consecutiva, ganhando em sete das oito últimas sessões com sinais de que a pandemia estava atingindo o pico nas áreas mais afetadas do continente.
Todos os principais subsetores europeus encerraram em alta, com as ações de mineração em seu melhor dia em mais de três semanas, impulsionadas pelos preços mais altos das commodities.
"O presidente Trump afirmando que os Estados Unidos provavelmente abrirão parte do país, parece que há um passo em direção a voltar ao normal", disse Sylvia Jablonski, estrategista e diretora administrativa da Direxion em Nova York.
O índice STOXX 600 se recuperou em 24% desde que atingiu uma mínima de oito anos em março, impulsionado por uma série de estímulos globais, mas os ganhos foram moderados na semana passada com dados econômicos e ganhos trimestrais destacando o impacto comercial das medidas de isolamento.
O cenário econômico nas duas maiores economias do mundo causou preocupação. Dados da China mostraram sua pior contração econômica em quase três décadas, enquanto os pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos elevaram o total do mês passado para 20 milhões, mas ainda não houve sinal de fraqueza em Wall Street ou na Ásia.
"Os mercados tendem a superar a economia em termos de recuperação, normalmente veremos os mercados se recuperarem antes de vermos a economia real se recuperar", disse Jablonski, da Direxion.
Jablonski espera uma recuperação nas economias europeias até o final de 2020 e um retorno ao crescimento em 2021. "Só acho que é uma crise em várias camadas", disse ele.
No final da quinta-feira, Trump estabeleceu diretrizes para reabrir Estados dos EUA em uma abordagem escalonada em três etapas, mas seu plano era minucioso em detalhes e deixou as decisões em grande parte para Estados individuais.
O plano de Trump se seguiu a anúncios sobre a redução das restrições na Alemanha, Itália, Espanha e algumas outras partes da Europa.
Para melhorar ainda mais o clima nesta sexta-feira, um relatório deu dados encorajadores sobre testes com o medicamento experimental remdesivir, da Gilead Sciences, em pacientes graves com Covid-19.
"Se comprovada sua eficácia, o remdesivir será um divisor de águas na luta contra a pandemia do Covid-19, especialmente por ser um medicamento legado que existe há muitos anos", disse Jeffrey Halley, analista de mercado da OANDA.
Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 2,82%, a 5.786,96 pontos.
Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 3,15%, a 10.625,78 pontos.
Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 3,42%, a 4.499,01 pontos.
Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 1,71%, a 17.055,47 pontos.
Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 1,66%, a 6.875,80 pontos.
Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 1,59%, a 4.172,21 pontos.
(Reportagem de Shreyashi Sanyal e Sagarika Jaisinghani em Bangalore e Thyagaraju Adinarayan em Londres)