Por Senad Karaahmetovic
Investing.com - A gigante do comércio eletrônico Amazon (NASDAQ:AMZN) (BVMF:AMZO34) divulgará seu próximo balanço trimestral na quinta-feira, após o fechamento do mercado. A expectativa em Wall Street é que a empresa apure um lucro por ação (LPA) de US$ 0,17 sobre uma receita de US$ 145,7 bilhões.
As ações da Amazon registraram um forte desempenho nos últimos dias, após conseguirem romper uma importante resistência técnica na região dos US$ 90. Com isso, os papéis acumulam uma alta de 21% no ano, depois de atingir seu patamar mais baixo desde março de 2019.
Foco no AWS após desaceleração do Azure
Os investidores provavelmente ficarão de olho no crescimento do AWS, após a Microsoft (NASDAQ:MSFT) (BVMF:MSFT34) declarar que espera ver uma desaceleração no crescimento do Azure nos próximos trimestres.
“Em nossos negócios comerciais, esperamos que as tendências do fim de dezembro tenham continuidade no 3º tri [fiscal]”, afirmou Amy Hood, diretora-geral financeira da Microsoft em uma teleconferência.
A Microsoft informou que seu segmento comercial Intelligent Cloud, que abriga o Azure, viu sua receita disparar 18%, para US$ 21,51 bilhões, superando o consenso de US$ 21,44 bilhões. Especificamente, o Azure e outros serviços na nuvem registraram um salto de 31% em receita.
No último trimestre, a Amazon reportou US$ 20,5 bilhões em receita com o AWS, ficando abaixo do consenso de US$ 21,1 bilhões, depois de registrar o crescimento mais baixo do faturamento desde 2014, quando a Amazon passou a especificar os resultados da unidade.
O que os analistas estão esperando da Amazon?
Apresentamos abaixo alguns comentários feitos por analistas que cobrem a Amazon antes da divulgação dos resultados financeiros na quinta-feira:
Os analistas do Bank of America (NYSE:BAC) disseram: "Agora prevemos receita/Lucro GAAP de US$ 146,9 bi/US$ 3,0 bi em comparação com as estimativas de Wall Street de US$ 145,7 bi/US$ 2,7 bi. Acreditamos que os comentários sobre as tendências do 1º trimestre do AWS serão o maior risco, seguindo após as projeções da MSFT sobre o Azure, mas a reação das ações às perspectivas do 1º trimestre acalmou as preocupações, e o AWS tem bases comparativas mais fáceis no 1º trimestre. Acreditamos que o varejo deve ficar em linha ou superar a projeção cautelosa para o 4º tri, com a Amazon ganhando mercado nos EUA”.
Os analistas do Credit Suisse elevaram o preço-alvo do papel em US$ 29, para US$ 171 e disseram o seguinte: “Mantemos nossa classificação de “outperform” (acima da média), baseando nossa tese nos seguintes argumentos: 1) expansão da margem operacional do segmento de comércio eletrônico à medida que aumenta a infraestrutura, 2) opcionalidade para crescimento do FCL mais rápido do que o esperado em relação ao segmento de publicidade e 3) viés de alta nas previsões de receita do AWS e uma trajetória de desaceleração mais moderada, com base na intensidade de capital do negócio".
Os analistas do Barclays (LON:BARC) rebaixaram o preço-alvo em US$ 10, para US$ 130, dizendo que “vemos um bom pano de fundo para as ações da AMZN. Nossos dados Barclaycard sugerem que as tendências gerais se mantiveram melhores do que o esperado, na medida em que os gastos com varejo não automotivo permaneceram elevados, em comparação com os níveis de 2021, e os consumidores tiraram vantagem do ambiente de grandes promoções para adquirir itens essenciais para o lar”.
As ações da Amazon fecharam o pregão de ontem com uma queda de 1,65%, cotadas a US$ 100,55, depois de se valorizarem 5,13% na semana passada.