Analistas projetam leves baixas das taxas curtas dos DIs após Copom indicar desaceleração da Selic

Publicado 19.03.2025, 20:49
© Reuters. Presidente do BC, Gabriel Galípolon19/12/2024nREUTERS/Adriano Machado

Por Fabricio de Castro

(Reuters) -As taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) com prazos mais curtos tendem a passar por leves ajustes de baixa nesta quinta-feira, após o Comitê de Política Monetária (Copom) deixar claro que aplicará um aumento menor do que 100 pontos-base sobre a Selic em maio.

A avaliação foi feita por profissionais ouvidos pela Reuters logo após o Copom, na noite de quarta-feira, elevar em 100 pontos-base a Selic, para 14,25% ao ano, mas deixar claro que pretende promover um ajuste “de menor magnitude” na reunião de maio.

“Em sua comunicação, o BC optou por dar um guidance de magnitude menor que os 100 pontos-base de aumento. Isso significa que ele vai aumentar a Selic em 75, 50 ou 25 pontos-base em maio”, avaliou Ian Lima, gestor de Renda Fixa Ativa da Inter Asset.

Para o gestor, o comunicado do Copom trouxe elementos hawk (rígidos), como a avaliação de que os riscos de alta da inflação seguem maiores que os de baixa e algumas projeções inflacionárias acima do que parte do mercado espera. Ao mesmo tempo, conforme Lima, o comunicado trouxe elementos dove (mais brandos), como menções aos sinais de moderação incipiente do crescimento e à defasagem da política monetária.

“Quando você soma os argumentos, o ‘net’ (efeito líquido) é neutro. Então, quando olho para os três possíveis cenários para a Selic em maio, vejo aumento de 50 pontos-base”, disse Lima, acrescentando que o mercado já estava, antes mesmo do resultado do Copom, bem-posicionado neste sentido.

Isso significa, na prática, que na ponta curta da curva a termo as taxas tendem a ficar estáveis nesta quinta-feira ou a passar por leves ajustes de baixa, tendo os 50 pontos-base de alta em maio como horizonte.

No caso do encontro seguinte, de junho, o Copom não se comprometeu.

“A precificação da curva já estava bem compatível com o cenário do Copom. O mercado já tinha 50 (pontos-base) para a próxima reunião, além de aumentos residuais da Selic entre 30 e 50 no período entre junho e setembro. Na prática, já há prêmios na curva para abarcar o que foi sinalizado”, comentou o economista-chefe do banco Bmg, Flavio Serrano.

Para ele, alguns ajustes de baixa nas taxas poderão ser vistos nesta quinta-feira na “barriga da curva” -- entre os contratos até janeiro de 2027 --, mas o movimento tende a ser contido, justamente porque o mercado já vinha se posicionando no sentido de uma elevação de apenas 50 pontos-base da Selic em maio.

Por outro lado, a head de renda fixa do research da XP (BVMF:XPBR31), Camilla Dolle, pontuou que a indicação do BC para maio não necessariamente significa uma desaceleração forte do ciclo de altas da Selic.

"Então a gente continua com nossa projeção aqui, de um novo aumento na próxima reunião, mas desta vez de 75 pontos-base. E permanecemos com os 15,50% de Selic terminal", afirmou.

Com isso, segundo ela, pode haver uma abertura das taxas nos vencimentos de prazos mais curtos, "relacionado ao horizonte de política monetária, e isso deve aliviar a parte longa da curva", opinou.

(Edição de Alexandre Caverni)

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