Investing.com - O feriado do Carnaval foi bastante movimentado na Vale (SA:VALE3), com o afastamento temporário de executivos da mineradora, entre eles o presidente Fabio Schvartsman, em meio às investigações sobre o rompimento da barragem de rejeitos da companhia em Brumadinho (MG). Nesta quarta-feira, primeiro pregão no Brasil após a notícia, as ações da mineradora operam com ganhos de 1,54% a R$ 47,48.
No sábado, o conselho de administração da companhia nomeou Eduardo de Salles Bartolomeo para ocupar interinamente a presidência da empresa, depois de ação do Ministério Público Federal para que Schvartsman e outros executivos fossem afastados.
Para o gestor Henrique Bredda, da Alaska Asset Management, a saída de Schvartsman era uma possibilidade, dado o tamanho e impacto da tragédia em Minas Gerais. Ele ressaltou, contudo, que, na hipótese de o afastamento ser definitivo, a companhia e os acionistas têm condições de substituir as saídas à altura.
“O próprio Eduardo Bartolomeo, que está como interino, tem condições de ser o efetivo”, afirmou.
Bartolomeo trabalha na mineradora há 10 anos, já tendo exercido posições de diretor de logística, operações integradas de “bulk commodities” e mais recentemente de metais básicos, segundo comunicado da companhia ao mercado.
Para analistas do Credit Suisse liderados por Caio Ribeiro, a notícia também não é uma grande surpresa, mas isso não significa que as ações não sofram pressão, uma vez que Schvartsman era visto de forma muito positiva pelo mercado.
“Ele foi considerado uma figura instrumental por trás da transição de governança corporativa da Vale para o Novo Mercado, estratégia de desinvestimento e desalavancagem, foco de corte de custos, disciplina de investimento e discurso de ‘valor acima de volume’ que gerou externalidades positivas nos mercados de minério de ferro”, disseram em nota a clientes.
Ribeiro e equipe reiteraram a recomendação ‘outperform’ para os ADRs da empresa, mas afirmaram acreditar que a volatilidade continuará no curto prazo.
Com Reuters.