Por Rania El Gamal
DUBAI (Reuters) - A Arábia Saudita disse nesta quarta-feira que planeja expandir a capacidade de produção de petróleo pela primeira vez em mais de uma década, em anúncio que vem um dia após o reino ter informado aumento em sua oferta, em meio a uma briga por participação no mercado que derrubou os preços globais da commodity nesta semana.
O ministério de Energia saudita orientou a petroleira estatal Saudi Aramco (SE:2222) a elevar sua capacidade de produção para 13 milhões de barris por dia (bpd), ante 12 milhões atuais, disse em comunicado o presidente da companhia, Amin Nasser.
"A companhia está exercendo seus máximos esforços para implementar essa diretriz tão logo quanto possível", disse Nasser no comunicado, nesta quarta-feira.
A empresa não informou um cronograma para os planos, que devem envolver investimentos de bilhões de dólares no aumento da capacidade de bombeamento.
Na terça-feira, a Arábia Saudita disse que iria elevar sua oferta para um nível recorde em abril, aumentando a tensão em uma disputa com a Rússia, com o reino também rejeitando na prática uma sugestão do governo russo para novas conversas sobre restrições à produção para impulsionar os preços.
O anúncio desta quarta-feira é mais um passo em uma guerra de preços entre os sauditas e russos após o colapso na semana passada de um pacto para restrição da produção fechado entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia.
Os sauditas têm produzido cerca de 9,7 milhões de bpd nos últimos meses, mas há capacidade adicional de produção que pode ser acionada. O país também tem centenas de milhões de barris em estoque.
A Rússia também disse que as empresas do país podem elevar a produção.
As negociações para o acordo de restrição da oferta entraram em colapso após a Rússia ter rejeitado um pedido da Opep por cortes adicionais de produção, o que levou a Opep a acabar com limites de produção até então vigentes.
A última vez em que os sauditas embarcaram em um plano para ampliar sua capacidade de produção foi há mais de uma década atrás, em meio a um aumento nos preços puxado pelo crescimento da China.
O programa, com 100 bilhões de dólares em investimentos, acrescentou quase 4 milhões de bpd em capacidade e foi concluído em 2009.