Por Dhirendra Tripathi e Ana Julia Mezzadri
Investing.com -- Nos EUA, as ações caíram com o peso dos setores de energia e finanças ao mesmo tempo em que o rendimento do Tesouro de 10 anos recuou para seu nível mais baixo desde fevereiro.
Os investidores parecem estar à espera de pistas sobre a direção da economia e das taxas de juros dada pelo Federal Reserve, que divulgará na quarta-feira a ata da sua última reunião de política monetária.
As ações alcançaram sucessivos recordes de alta nos últimos dias, impulsionadas por dados econômicos fortes. Mas os receios quanto aos possíveis efeitos econômicos de uma variante da Covid de transmissão rápida poderão atrapalhar o otimismo.
Os preços do petróleo também ficaram voláteis na terça-feira, após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados liderados pela Rússia não conseguirem chegar a acordo sobre a produção de petróleo para agosto e o restante deste ano.
Paralelamente, as ações da Didi Global Inc ADR (NYSE:DIDI), que estrearam em Nova York semana passada, afundaram 22% na terça-feira, depois que os reguladores chineses ordenaram que as lojas de aplicativos locais removessem o app da empresa de caronas durante o fim de semana, em meio a uma revisão de segurança.
Não há muito em termos de relatórios de baçanços ou dados nesta semana, que é mais curta nos EUA por causa do fim de semana do 4 de julho e no mercado brasileiro pelo feriado de 9 de julho.
No Brasil, o dólar disparou e o Ibovespa atingiu mínimas desde maio com o tombo da Petrobras (SA:PETR4) na terça-feira, mas também fortemente impactado pela fraqueza de NY e pelo cenário político local. Os dados de vendas no varejo, esperados na quarta-feira, podem dar mais pistas sobre o ritmo da retomada econômica por aqui.
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Aqui estão quatro coisas que podem afetar os mercados amanhã:
1. Vendas no varejo
Os dados de vendas no varejo brasileiro em maio, que devem ser divulgados às 9h, poderão fornecer mais pistas sobre o ritmo da retomada econômica do país. O consenso do mercado é de crescimento de 2,4% na comparação mensal, contra 1,8% em abril.
Enquanto isso, o que predomina nos mercados é a cautela diante da aversão ao risco no exterior e do cenário político nacional. Na terça-feira, o Ibovespa fechou na mínima desde o final de maio, caindo 1,44%, aos 125.094 pontos, enquanto o dólar ultrapassou a marca de R$ 5,20 e fechou a R$ 5,2106, alta de 2,40%.
Temas já recorrentes, os investidores devem permanecer atentos ao desenrolar da CPI da Covid em Brasília e à continuidade dos debates sobre a proposta de Reforma Tributária enviada pelo governo .
As consequências do mais recente reajuste na gasolina e no diesel também serão monitoradas de perto, como o fortalecimento da greve de caminhoneiros e os possíveis impactos na inflação.
2. Ata do Fed
O Fed irá divulgar na quarta-feira, às 15h, a ata da sua última reunião, em junho. Dirigentes do banco central haviam indicado a possibilidade de dois aumentos nas taxa de juros em 2023. Muita gente estará atenta para ler se a ata combina com os comentários agressivos feitos em público por alguns dos dirigentes do FED desde a reunião.
3. Vagas de trabalho JOLTs
Os dados do US Bureau of Labor Statistics relativos a abertura de vagas e rotatividade do emprego deverão apresentar 9,388 milhões de vagas para maio, acima das 9,286 milhões abertas em abril. Os dados são divulgados às 11h.
4. Números do estoque de petróleo
O American Petroleum Institute vai divulgar suas estimativas semanais de estoques após o encerramento do pregão de quarta-feira. O último relatório revelou um consumo de 8,1 milhões de barris. Os investidores de commodities estarão de olho nos números da indústria e do governo nesta semana, após o cartel do petróleo liderado pela Arábia Saudita não ter conseguido chegar a um acordo sobre a produção para agosto.