Azzas 2154 não vê impacto material de tarifas dos EUA, quer tornar Farm global

Publicado 08.08.2025, 12:39
Atualizado 08.08.2025, 14:51
© Reuters.

Por Patricia Vilas Boas

SÃO PAULO (Reuters) - A Azzas (BVMF:AZZA3) 2154, dona de marcas como Farm, Schutz e Arezzo, não vê impacto material das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, disse o presidente-executivo da companhia, Alexandre Birman, nesta sexta-feira.

Em teleconferência com analistas para apresentar os resultados do grupo no segundo trimestre, Birman destacou que desde 2023 a Azzas tem adotado uma estratégia no segmento de calçados e bolsas de desaceleração no mercado norte-americano.

"Foi deliberação estratégica nossa uma desaceleração. Hoje, essa distribuição corresponde a menos de 8% da venda do segmento de calçados e bolsas, o que é bem diluído. A gente está falando menos de 2% do grupo Azzas, então nenhum impacto aqui vai ser material no nosso resultado", afirmou o executivo.

Ele também disse que no curtíssimo prazo "não tem muito o que fazer, nós temos que entregar os produtos", mas que para a coleção de primavera, que reflete o faturamento a partir de janeiro de 2026, a empresa realizou um reajuste de 30% nos preços que foi recebido "de forma ok".

"É um processo, a gente é muito rápido, muito ágil nessas mudanças, então não tem nada que irá afetar o grupo Azzas como resultado consolidado, porque existe aqui uma agilidade muito forte de todos para ’offsetar’ o que a gente não consegue controlar", acrescentou.

Com relação aos produtos da Farm Rio produzidos na Ásia, o presidente disse que o impacto das tarifas dos EUA já é sentido, mas foi compensado em parte por uma redução de preços do fornecedor, reajustes de preços "na ponta" e realocação da produção de algumas categorias para outros países onde o aumento das tarifas foi menor do que alguns países asiáticos.

Os planos para a Farm, inclusive, são de torná-la global, disse Birman na teleconferência, destacando o crescimento de 35,3% da marca no mercado internacional no segundo trimestre, com destaque para Inglaterra, onde possui três lojas próprias.

"Estamos fazendo da Farm Rio um jogo de ’War’, primeiro Estados Unidos, agora Inglaterra, já estamos com um pézinho na França, na sequência vamos entrar em outros países importantes da Europa e, no futuro, isso ainda é um sonho, não faz parte de um plano, mas com certeza a marca Farm Rio será global."

"E para isso, vai faltar o maior continente de qualquer mercado, principalmente da moda, que é o continente asiático."

A Azzas divulgou na véspera lucro líquido recorrente de R$283,7 milhões no segundo trimestre, crescimento de 81,7% em relação ao mesmo período do ano passado, e Ebitda recorrente de R$535,6 milhões, expansão de 9% na mesma comparação.

Na visão de analistas do Santander (BVMF:SANB11), a companhia entregou resultados melhores do que o esperado no segundo trimestre, com cortes de despesas e disciplina que transformaram um crescimento modesto na receita em um lucro acima das estimativas.

"Essa melhoria foi, em grande parte, resultado da racionalização profunda das despesas com vendas, gerais e administrativas, bem como de reestruturações que mantiveram os gastos sob controle", disseram os analistas Ruben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo, em relatório a clientes.

Analistas da Ativa Investimentos, por sua vez, consideraram o resultado misto, com a primeira linha do balanço levemente abaixo do esperado, impactado negativamente pelo desempenho dos segmentos básico e de calçados e bolsas, mas crescimento em vestuário feminino e masculino.

A empresa também anunciou a nomeação de Eric Alencar, ex-CFO do Carrefour (BVMF:CRFB3) Brasil, ao cargo de diretor financeiro, corporativo e de relações com investidores, substituindo Rafael Sachete que irá liderar a vertical de calçados e bolsas do grupo.

Birman disse estar feliz com a entrada de Alencar na companhia e afirmou que a transição na liderança financeira será "macia".

As ações da empresa de moda caíam 7,7% por volta das 14h10, a R$35,12, enquanto o índice de referência da bolsa paulista, Ibovespa, perdia 0,16%.

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