Por Gabriel Codas
Investing.com - O Banco do Brasil Investimentos (BB-BI) divulgou relatório nesta quarta-feira atualizando o preço-alvo das ações da Natura&Co (SA:NTCO3) de R$ 36,20 para R$ 43,90, mantendo a recomendação Neutra. A nova premissa inclui o novo modelo de segmentação dos negócios implementado após a incorporação da Avon, o aumento das sinergias decorrentes da integração e o recente aumento de capital mediante subscrição privada.
Por volta das 14h37, as ações operam com ganhos de 4,42% a R$ 42,1, acima dos ganhos do Ibovespa hoje. O principal índice acionário brasileiro registrava alta de 2,75% a 96.101 pontos.
O documento destaca que os resultados da companhia no 1º trimestre já trouxeram os impactos adversos decorrentes da pandemia da Covid-19, com cada região geográfica em que o grupo tem exposição sendo afetada em diferente intensidade pelas medidas de isolamento social.
Além disso, seu desempenho econômico-financeiro ainda foi influenciado pela maior pressão na margem bruta em decorrência da mudança de mix para a produção de produtos essenciais e pelo aumento das despesas comerciais devido, principalmente, à extensão de termos de pagamentos para consultoras, flexibilização de crédito e aumento das comissões de vendas online.
A atualização inclui as sinergias esperadas pela integração da operação da Avon, atualmente previstas entre US$ 300 e 400 milhões anuais (antes US$ 200 a 300 milhões anuais). As referidas sinergias decorrem da otimização dos processos envolvendo suprimentos, manufatura e distribuição, área administrativa, e das consultoras que já vendem uma das marcas do Grupo Natura.
O banco tem a expectativa é que sejam levados 4 anos para alcançar essas sinergias e sejam incorridos US$ 190 milhões (antes US$ 125 milhões) em custos não recorrentes para a otimização dos processos.
Os analistas explicam que o preço-alvo deriva de um método de fluxo de caixa descontado em termos nominais, com uma taxa de perpetuidade (g) de 6,0% e um WACC de 12,2%.
A equipe aponta que os riscos relacionados à tese de investimentos da Natura&Co são a incapacidade de integrar suas plataformas físicas (vendas diretas e lojas) ao comércio eletrônico, perdendo espaço para os concorrentes; incapacidade de criar produtos inovadores e bem-sucedidos, além de atrair e reter consultores independentes; incapacidade de integrar as divisões de negócios resultantes de fusões e aquisições e, finalmente, a incapacidade de acessar o mercado chinês devido aos testes obrigatórios em animais para a venda de determinados produtos.