As bolsas da Europa fecharam em queda nesta terça-feira, em meio ao noticiário negativo sobre o avanço da covid-19 na região. Países vêm registrando alguns de seus maiores números diários de casos, e os governos estão ampliando restrições à circulação de pessoas. Nos Estados Unidos, o recesso do Senado iniciado na segunda-feira inviabiliza a aprovação de um pacote de estímulos antes da eleição. Além disso, houve a publicação de uma série de balanços. O índice pan-europeu Stoxx 600 teve queda de 0,95%, a 352,58 pontos.
Para o Morgan Stanley, as coisas vão piorar antes de melhorar com o inverno na Europa. Depois de revisar sua projeção para a economia da zona do euro no quarto trimestre, de alta para leve queda, o banco vê agora a possibilidade de o Banco Central Europeu (BCE) tomar medidas adicionais em meio ao impacto da segunda onda da covid-19. A instituição divulga decisão de política monetária na quinta-feira.
A União Europeia informou nesta terça que não espera que toda a região seja vacinada antes de 2022. Na segunda-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu a Europa como epicentro da doença.
Nos EUA, o Senado entrou em recesso após a noite de segunda-feira, o que dificultou as tratativas por um novo acordo fiscal antes das eleições de 3 de novembro que pudesse dar estímulos positivos ao mercado.
No noticiário corporativo, os três principais balanços divulgados nesta terça ajudaram a aquecer os negócios, mas, ao longo da sessão, os ganhos se reverteram. As ações do HSBC (LON:HSBA), que chegaram a subir 6%, tiveram alta de 3,37%, enquanto as do Banco Santander (MC:SAN) caíram perto de 1,46%, após subirem mais de 3%. A BP (LON:BP) teve queda de 2,13%.
Outros bancos espanhóis seguiram o Santander, e registram quedas. Caixabank (MC:CABK) (-3,89%), Bankia (MC:BKIA) (-4,68%) e BBVA (MC:BBVA) (-1,23%) caíram. No país, a tendência no orçamento de 2021 de aumento de impostos sobre o diesel ajudou as ações da Repsol (MC:REP) a terem queda de 3,23%.
Em Madrid, o IBEX 35 teve a maior queda dentre as principais bolsas, recuando 2,14%, a 6.651,30 pontos.
Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel resumiu a situação como "ameaçadora" e falou ainda em "meses muito difíceis", e o ministro das Finanças cogitou ainda mais restrições. Demonstrando grande volatilidade de acordo com o noticiário da pandemia, a Lufthansa caiu 5,32%, em um cenário de diversos líderes visando restringir viagens. Em Frankfurt, o DAX teve queda de 0,93%, 12.063,57 pontos.
A Air France KLM (PA:AIRF) registrou baixa de 3,67%, enquanto no país se fala no aumento das medidas de restrição. Em Paris, o CAC 40 fechou em baixa de 1,77%, a 4.730,66 pontos. A IAG teve queda de 4,31% em Londres, seguida pela EasyJet (LON:EZJ) (-3,00%). Os resultados ajudaram recuo do FTSE 100 na capital britânica, que teve baixa de 1,09%, a 5.728,99 pontos.
Em Milão, onde intensos protestos contra medidas de contenção à covid-19 foram registrados, o FTSE MIB caiu 1,53%, a 18.654,95 pontos, em dia negativo para bancos, com as quedas de Bper Banca (MI:EMII) (-6,95%) e Unicredit (MI:CRDI) (-3,94%).
A Galp (LS:GALP) divulgou na segunda-feira balanço visto como negativo pelo mercado, e ampliou na terça suas baixas, com queda nas ações de 4,03%. O resultado ajudou a impulsionar o PSI 20, em Lisboa, que fechou em baixa de 1,83%, 3.977,43 pontos.