Investing.com - O Ibovespa intensificou as perdas pressionada pela volatilidade internacional e os preços do petróleo, que cedem novamente no mercado global. Às 11h15, o principal índice da bolsa brasileira perdia 1,8% aos 56.800.
A tensão no mercado internacional com a aproximação da reunião que decidirá a taxa de juros nos EUA tem provocado movimentos bruscos com a divulgação de novos dados da economia norte-americana. Hoje, o anúncio de inflação ao consumidor de 0,2%, acima do 0,1% previsto pelo mercado fez com que renovasse o pessimismo em relação à possível elevação dos juros do país. Anualizada, a inflação de agosto dos EUA está em 1,1% e a do núcleo, descontada energia, entre outros, está em 2,3%.
O anúncio dos dados de inflação derrubou Wall Street na abertura, após um pregão positivo ontem. Dow 30 e S&P 500 caem 0,5%, enquanto o Nasdaq perde 0,2%. O índice que mede a volatilidade dos mercados, S&P 500 VIX, avança 1,8%.
No ambiente interno, o governo parece ter assegurado a base com acordo com o grupo de parlamentares conhecido como Centrão, que não possui corrente ideológica definida e se alinhava ao deputado cassado, Eduardo Cunha. O grupo confirmou apoio às medidas de ajuste fiscal um dia após a imprensa ter noticiado que negociava com a oposição formada pelo PT e partidos de esquerda para retomar o comando da Câmara em 2017.
Com a base reorganizada, Michel Temer vetou o reajuste de mais de 60% para os defensores públicos federais, em uma medida que poderá ser entendida como a primeira de uma série de vetos a reajustes. À Folha de S.Paulo, o presidente da Câmara Rodrigo Maia disse que os deputados só votarão a reforma da Previdência em 2017.
A Petrobras (SA:PETR4) perde 1,5%, aos R$ 13,31, com o pessimismo abatendo os preços do petróleo. A cotação da commodity perde 2% e é negociada abaixo dos US$ 43 nos EUA e a US$ 45,70 no Brent londrino. Às 15h, será divulgada o número de sondas em atividade nos Estados Unidos. Um número maior que os 414 da semana passada pode renovar sentimento de baixa.
A Vale (SA:VALE5) perdeu novamente o piso psicológico de R$ 14 por ação e é vendida a R$ 13,88, -1,9%, em meio ao pessimismo internacional que pesa sobre as commodities e as ações das mineradoras. A companhia anunciou ter recebido licença para operar o ramal ferroviário do megaprojeto S11D.
A siderurgia enfrenta mais um dia de forte volatilidade, frequentando a parte baixa do Ibovespa nesta sexta-feira. Gerdau (SA:GGBR4) e Usiminas (SA:USIM5) perdem 4%, enquanto CSN (SA:CSNA3) desvaloriza 3,6% e a Metalúrgica Gerdau (SA:GOAU4), -3,4%.
No positivo, apenas a Suzano (SA:SUZB5), com +0,5%, e a JBS (SA:JBSS3), que sobe 0,4%, e a dupla Estácio (SA:ESTC3) e Kroton (SA:KROT3), que sobem, respectivamente, 0,4% e 0,2%. A CCR (SA:CCRO3) opera perto da estabilidade em uma semana negativa com a ausência de ativos importantes no plano de concessões do governo.
A moeda norte-americana destoa do movimento global de valorização no Brasil, perdendo 0,4% frente ao real. A divisa é vendida a R$ 3,28 com a fala do presidente do BC, Ilan Goldfajn, que informou que o banco deverá reduzir sua intervenção no câmbio. O Índice Dólar ganha 0,6%.