Por Geoffrey Smith
Investing.com -- A saída da BP (SA:B1PP34)(NYSE:BP) da Rússia custou muito caro para a empresa no primeiro trimestre, com a descontinuidade da sua participação na petroleira Rosneft levando o gigante de petróleo e gás a um prejuízo de US$ 20,38 bilhões.
A medida é a maior descontinuidade individual entre as principais empresas ocidentais do setor na esteira da invasão russa na Ucrânia, que levou a indústria a se afastar cada vez mais do petróleo e do gás da Rússia.
Mesmo assim, o lucro subjacente da empresa foi melhor que o esperado, a US$ 6,25 bilhões, 50% superior ao trimestre anterior e mais que o dobro do resultado para o mesmo trimestre do ano passado. Os números ficaram bem à frente das previsões dos analistas.
A disparada dos preços do petróleo e do gás natural gerou condições comerciais ideais para empresas como a BP.
Consequentemente, a dívida líquida, que tem sido motivo de preocupação para os analistas desde o início da pandemia, caiu mais de US$ 3 bilhões, para US$ 27,46 bilhões. A melhoria implícita no balanço permitiu que a empresa expandisse seu programa de recompra de ações em US$ 2,5 bilhões ao longo do próximo trimestre - o oitavo trimestre consecutivo em que conseguiu realizar essa ação.
A empresa disse que sua divisão comercial havia apresentado seu melhor trimestre da história, no que o CEO Bernard Looney descreveu como o "trimestre mais volátil da história" nos mercados do petróleo. A empresa espera que tanto a volatilidade como os preços se mantenham elevados, num contexto de grande incerteza em relação à disponibilidade dos fornecimentos da Rússia e da OPEP, cujos membros têm enfrentado dificuldades para concretizar suas promessas de aumentos de produção nos últimos seis meses.
No entanto, a empresa também destacou riscos negativos para os preços, como o impacto da Covid-19 sobre a demanda chinesa, que já está cerca de 1 milhão de barris por dia inferior ao esperado até agora no ano.
As ações da BP (LON:BP) subiram 1,8% nos cinco primeiros minutos de negociação em Londres como resposta.