Por Ana Mano
SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil está exportando um total de 178,8 mil toneladas de soja para compradores nos Estados Unidos, mostraram dados de embarque vistos pela Reuters, já que o preço da oleaginosa no maior fornecedor mundial está baixo até para os importadores do segundo país produtor.
Segundo dados da agência marítima Williams, datados de 26 de maio, três navios carregados com a soja brasileira sairão dos portos do Norte do país sul-americano entre 4 e 11 de junho. Dois outros partiram de portos brasileiros na semana passada.
As compras refletem a influência do Brasil como exportador agrícola. O país superou os Estados Unidos nas exportações de soja e, mais recentemente, de milho.
Os dados identificam os compradores como o produtor de frango Perdue Farms e a comerciante global de grãos Archer-Daniels-Midland Co (NYSE:ADM)..
O navio Floriana, que será carregado com 32 mil toneladas de soja brasileira, será embarcado no terminal da Cargill, no porto de Santarém (PA).
"As importações são um elemento pequeno, mas importante de nossa cadeia de suprimentos", disse Scott Fredericksen, presidente da Perdue AgriBusiness, uma divisão da Perdue Farms.
"Como as recentes taxas de esmagamento de soja nos EUA estão em um nível recorde, procuramos vários países, principalmente na América do Sul, para preencher a lacuna no que é cultivado internamente."
Cargill e ADM não responderam imediatamente ao pedido de comentário.
As 178,8 mil toneladas de soja do Brasil importadas pelos Estados Unidos seriam as maiores desde 2014, quando as importações atingiram um recorde de 1,048 milhão de toneladas, segundo dados da U.S. Census Bureau.
Analistas apontaram que a importação de soja pelos EUA fazia sentido econômico, já que o Brasil colhe mais de 154 milhões de toneladas de soja nesta temporada, sua maior safra de todos os tempos.
O custo do grão sem frete no Brasil está 1,09 dólar por bushel mais baixo do que nos EUA para embarque próximo, escreveu a John Stewart and Associates em nota aos clientes na terça-feira, explicando que as importações, portanto, faziam sentido para alguns esmagadores da Costa Leste.
(Reportagem de Ana Mano em São Paulo, Karl Plume e Tom Polansek em Chicago)