Investing.com - A Braskem volta a disparar nesta segunda-feira (5/12) na sequência de forte alta após sua controladora Odebrecht acertar o acordo de leniência com autoridades do Brasil, EUA e Suíça. Em comunicado aos investidores, a petroquímica afirmou que deverá seguir o mesmo caminho e está em estágio avançado para fechar um acordo sobre os fatos apurados na Lava Jato.
O papel preferencial da Braskem (SA:BRKM5) negociado na bolsa brasileira avança 7,5% às 11h20, negociado a R$ 32,85, seu maior valor histórico de negociação. Na máxima do dia, a ação atingiu os R$ 32,95.
Na sexta-feira, após o comunicado informando o estágio das negociações, o papel avançou 12,4%. Nesses dois dias, a ação avançou 21%.
Nas últimas semanas, o avanço do petróleo no mercado internacional, câmbio mais favorável e as perspectivas mais positivas do cenário interno brasileiro haviam ajudado a retirar a empresa da tendência de queda do final do primeiro semestre. No radar da companhia ainda estão as dificuldades que o governo de Trump poderá impor ao seu megaprojeto petroquímico recém-inaugurado no México, voltado a abastecer o mercado norte-americano.
Durante as investigações da Lava Jato, a Polícia Federal identificou indícios de que a petroquímica teria sido usada para repassar propina para o ex-ministro Antonio Palocci, preso na 35º fase da operação batizada de Omertà, deflagrada no final de setembro.
A empresa também seria responsável pelo pagamento de dívidas do PT com o marqueteiro João Santana, que foi responsável pelas campanhas presidenciais do partido em 2006, 2010 e 2014. A companhia já havia sido citada pelo primeiro delator da Lava Jato, o ex-diretor da Petrobras (SA:PETR4) Paulo Roberto Costa, que, em 2014, afirmou que a Braskem pagou US$ 5 milhões para o Partido Progressista (PP) em troca de um valor mais baixo para adquirir a nafta da petroleira.
Na quinta-feira, a Odebrecht fechou acordo de leniência com autoridades do Brasil, Suíça e EUA se comprometendo a pagar multa de R$ 6,8 bilhões e colaborar com a justiça para encerrar investigações sobre seus atos de corrupção. A expectativa é que em breve seus 77 executivos envolvidos no acordo comecem a depor à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal, acusando diversos ministros, governadores, deputados e senadores de receber recursos ilegais.