(Reuters) - As ações da BRF figuravam entre os destaques negativos do Ibovespa nesta segunda-feira, após o BTG Pactual (SA:BPAC11), cortar a recomendação para os papéis para 'venda', embora tenha elevado o preço-alvo de 23 para 25 reais.
Às 11:09, BRF ON (SA:BRFS3) cedia 1,93%, a 27,93 reais, pior desempenho do Ibovespa, que subia 0,05%.
"Uma maior exposição ao mercado doméstico brasileiro significa um desempenho comercial mais desafiador em termos de volume e mix", afirmaram os analistas Thiago Duarte e Henrique Brustolin em relatório sobre o setor de proteínas.
Eles também citaram que a companhia apresenta comparativos difíceis do ano passado, quando o consumo doméstico e a renda disponível mais alta impulsionaram o desempenho das principais categorias de produtos processados (FPP).
"A competição também parece improvável de ficar mais fácil, e o modelo de produção verticalmente integrado significa que o repasse de custos pode demorar mais, com espaço limitado para ajustar a produção dada a pressão a montante sobre os volumes, o que poderia atrasar o processo de recuperação de margem."
A equipe do BTG ainda afirmou que os spreads de aves e suínos estão atualmente perto de suas mínimas históricas, o que prejudica as perspectivas de um impulso mais forte nos lucros da BRF em breve.
Os analistas também consideram que o preço das ações está altamente distorcido pelas recentes mudanças na base de acionistas.
"Agora que as ações permaneceram em bases mais elevadas por algumas semanas, estimamos que, se a oferta pública fosse acionada, o preço hoje seria em torno de 37,6 reais, considerando a média dos últimos 30 dias, ou 32% acima dos preços atuais."
Eles, porém veem uma probabilidade baixa de isso acontecer.
No mesmo relatório, o BTG reiterou recomendação de compra a JBS (SA:JBSS3), com preço-alvo de 45 reais (de 36 reais antes) e neutra para Marfrig (SA:MRFG3)
(Por Paula Arend Laier)