SÃO PAULO (Reuters) - A Caixa Econômica Federal anunciou nesta terça-feira a redução da taxa de juros para crédito imobiliário para pessoas física e jurídica, além da diminuição do valor mínimo de financiamento dentro do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
"Todos os clientes pessoa física que financiarem imóveis novos ou usados, enquadrados no SBPE, terão redução linear de 0,25 por cento ao ano, independente do relacionamento com o banco", disse o banco, em comunicado.
No fim de outubro, a Reuters noticiou que a Caixa anunciaria logo um novo pacote de medidas para ampliar as concessões de crédito imobiliário, incluindo corte de juros nas linhas habitacionais com recursos do SBPE.
Além da redução nas taxas, clientes que comprarem imóveis novos ou na planta, cuja construção tenha sido financiada pelo banco, e receberem o salário pelo banco, terão taxas de juros especiais, iguais às oferecidas aos servidores públicos.
As taxas de juros passariam, nesse caso, de 11,22 para 9,75 por cento ao ano no caso de imóveis dentro do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e de 12,5 para 10,75 por cento para imóveis enquadrados no Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI).
As medidas são reflexo da diminuição da taxa Selic anunciada recentemente pelo Banco Central, de acordo com a instituição.
O limite mínimo de financiamento no SBPE passou de 100 mil para 80 mil reais.
CONSTRUÇÃO CIVIL
Para as empresas, a Caixa reduziu a taxa de juros em 1 por cento ao ano, em todas as faixas de relacionamento.
O banco também implantou o sistema de taxa segregada por rating, para o segmento corporativo, que visa beneficiar as empresas com alto índice de relacionamento com a instituição. Assim, a redução de juros pode ser de até 1,5 por cento ao ano.
Para imóveis enquadrados no SFI, a remuneração de correspondentes da Caixa (exceto repasses) foi padronizada em 1 por cento do valor do financiamento, com limite de 2 mil reais nas operações do FGTS e sem limite para o SBPE.
A Caixa elevou o prazo para empresas que pretendam financiar a construção de empreendimentos pelo banco, pelo SBPE, incluindo elevação do prazo do produto para até 36 meses e concessão de carência pós-obra de 12 meses.
Na visão da equipe do BTG Pactual (SA:BBTG11), a notícia é positiva para construtoras.
"O crédito caro tem sido uma das principais razões para a fraca venda de habitação no Brasil. Portanto, uma redução nas taxas de financiamento pode impulsionar a demanda, enquanto menores taxas de juros para as empresas também deve ser positivo, conforme a maioria das empresas está alavancada", escreveu o analista do BTG Gustavo Cambauva.
(Por Paula Arend Laier)