CEO do JPMorgan discute cautela dos clientes e risco de recessão

Publicado 11.04.2025, 11:22
© Reuters

Investing.com — O CEO do JPMorgan Chase & Co (NYSE:JPM), Jamie Dimon, considerado uma das vozes mais influentes do sistema financeiro global, comentou nesta sexta-feira os riscos crescentes para a economia dos Estados Unidos, logo após o maior banco americano reportar resultados sólidos no primeiro trimestre.

Dimon apontou uma postura cada vez mais cautelosa entre os clientes e destacou que a probabilidade de uma recessão aumentou. Em sua fala inicial aos investidores, ele destacou o crescimento de 12% nas receitas de Investment Banking no trimestre, desempenho alcançado apesar da maior volatilidade de mercado provocada pelas tensões geopolíticas e comerciais.

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O executivo fez questão de ressaltar os desafios estruturais que se acumulam no horizonte: reformas tributárias inacabadas, movimentos de desregulamentação, nova rodada de tarifas, inflação persistente, déficits fiscais elevados e instabilidade nos preços dos ativos. Diante desse cenário, o JPMorgan reforçou sua estratégia de manter flexibilidade para operar em um ambiente altamente incerto.

Durante a teleconferência, Dimon detalhou a visão do banco sobre o atual ambiente de negócios. Ele afirmou que, embora o nível de interação com os clientes continue elevado, a concretização de negócios e a geração de novas operações têm sido dificultadas pela volatilidade e pelas incertezas crescentes. Chamou atenção também para o comportamento do consumidor: os dados de gastos indicam uma possível antecipação de compras em função da expectativa de alta nos preços provocada pelas tarifas, movimento que, no curto prazo, pode até beneficiar o consumo.

Em relação aos clientes corporativos, Dimon comentou que as empresas estão redirecionando o foco de suas prioridades estratégicas para ajustes táticos nas cadeias de suprimento. Isso tem levado a uma atitude mais conservadora — a chamada postura de “esperar para ver” —, que vem impactando a geração de negócios no banco de investimento. Ele observou que grandes corporações têm maior capacidade de lidar com esse cenário, mas empresas menores podem enfrentar restrições operacionais mais severas.

Sobre provisões para perdas, o executivo evitou fornecer qualquer projeção específica, reforçando que o nível atual de incerteza impede previsões confiáveis. Ele destacou que o desemprego continua sendo a variável-chave para o crédito ao consumidor e, consequentemente, para a solidez financeira do sistema bancário.

Dimon também reconheceu a natureza cíclica do setor bancário e o impacto adverso que um ambiente recessivo pode ter sobre o desempenho das ações financeiras. Citou ainda uma análise do economista Michael Feroli, do próprio JPMorgan, que atribui 50% de probabilidade à ocorrência de uma recessão. Segundo Dimon, esse cenário pode levar o mercado a revisar para baixo as projeções de lucro do S&P 500, com uma possível redução média de 5%.

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