Pouco depois de a Enel (BIT:ENEI) colocar à venda sua distribuidora no Ceará (antiga Coelce (BVMF:COCE5)), como parte de um plano de reposicionamento global com desinvestimentos na ordem de 21 bilhões (R$ 115 bilhões), a Copel (BVMF:CPLE6) já despontou como potencial compradora do ativo.
Ao Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o diretor-presidente da companhia paranaense, Daniel Slaviero, disse que a empresa "pretende olhar, sim" o ativo, e que um dos objetivos no plano estratégico apresentado ontem a analistas e investidores é tentar a aquisição de uma distribuidora fora da área geográfica do Paraná.
"Se surgirem oportunidades nesse segmento, vamos olhar mais ativamente", disse o executivo durante o Copel Day 2022, ontem, em São Paulo. Mais cedo, ele havia dito a investidores que pretende crescer nesse segmento, mas não havia citado nenhum ativo especificamente.
A Copel já atua no Nordeste, mas em geração. Começou a operar recentemente o complexo eólico Jandaíra, no Rio Grande do Norte. Embora no primeiro momento não exista uma sinergia direta entre os ativos de geração no Nordeste e a potencial aquisição em distribuição, a empresa considera que no futuro pode criar um hub para mais investimentos em parques eólicos. "(Pode-se) criar um outro grande cluster lá para expandir eólico e solar", disse.
Em relação à Amazonas Energia, distribuidora amazonense que também está à venda, Slaviero negou interesse: "Não, é muito fora".
Leilão
O diretor-presidente da Copel disse que não tem previsão de participação no leilão de transmissão que será realizado no próximo mês, embora a empresa tenha interesse em crescer nesse segmento.
Ao longo do evento, a equipe da Copel sinalizou o interesse de obter mais 2 mil quilômetros de linhas de transmissão nos próximos anos, mas desde que os projetos tenham rentabilidade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.