Por Geoffrey Smith
Investing.com – O Credit Suisse Group (SIX:CSGN) (BVMF:C1SU34), que ganhou as manchetes recentemente por dúvidas quanto à sua solidez operacional, decidiu fortalecer seu balanço na quinta-feira com um aumento de capital histórico e a venda de uma de suas divisões comerciais mais importantes.
A instituição financeira da Suíça, repleta de problemas, viu seu valor desmoronar este ano após um longo período de baixo desempenho e disse que levantará 4 bilhões de francos suíços (US$ 4,05 bilhões), além de sair de grande parte do segmento de investment banking, concentrando-se em suas atividades de gestão de patrimônio e operações domésticas em seu país de origem.
O Saudi National Bank concordou em comprar até 1,5 bilhões de francos em novas ações, aumentando sua participação para 9,9%.
Ao mesmo tempo, o banco pretende reduzir seus ativos ponderados por risco em 40% nos próximos três anos, começando com a venda dos seus negócios de produtos securitizados para um consórcio liderado pela Apollo Global Management (NYSE:APO) e Pimco. Também planeja separar sua unidade de investment banking no prazo de três anos, recriando a marca Credit Suisse First Boston.
“Este é um momento histórico para o Credit Suisse”, declarou o CEO Ulrich Körner. “Estamos fazendo uma reestruturação radical do Investment Bank para ajudar a criar um novo banco, mais simples, mais estável e com um modelo de negócios mais focado nas necessidades dos clientes”.
As medidas ocorrem no ápice de um longo período de declínio de uma instituição financeira que há 20 anos é uma das maiores presenças em Wall Street. Assim como seu concorrente Deutsche Bank (ETR:DBKGn), sua ambição de competir no segmento de investment banking global fez com que cometesse grandes erros, muitos dos quais por causa de uma gestão de risco deficiente. O banco perdeu bilhões em empréstimos para o fundo de hedge Archegos Capital Management, que acabou quebrando, além de operações de factoring de Lex Greensill.
A instituição anunciou essas medidas no mesmo dia em que registrou um prejuízo de mais de 4,03 bilhões de francos no 3º tri e resgates de cerca de 13 bilhões de francos das importantes unidades de gestão de patrimônio e ativos.