Por Gabriela Mello
SÃO PAULO (Reuters) - A Cyrela (SA:CYRE3) reduziu a 28 milhões de reais o prejuízo líquido no segundo trimestre, marcando uma melhora em relação ao desempenho líquido negativo de 141 milhões de reais apurado um ano antes, conforme a construtora faturou mais e reduziu a linha de despesas.
Na prévia operacional apresentada ao mercado em meados de julho, o grupo já havia antecipado um crescimento de 40,3 por cento nas vendas contratadas e de 53,2 por cento nos lançamentos de abril a junho sobre igual período de 2017.
No balanço desta quinta-feira, a Cyrela informa que a receita bruta total no segundo trimestre cresceu 11,2 por cento sobre um ano antes e 41,7 por cento ante o primeiro trimestre, para 658 milhões de reais, elevando o faturamento acumulado no primeiro trimestre a 1,122 bilhão de reais.
A construtora e incorporadora ainda cortou em 4,1 por cento as despesas comerciais no trimestre encerrado em junho, para 84 milhões de reais, enquanto as gerais e administrativas recuaram 19,4 por cento em relação ao segundo trimestre de 2017, também somando 84 milhões de reais.
Como resultado, a Cyrela teve uma geração de caixa positiva de 181 milhões de reais entre abril e junho, mais que o dobro dos 84 milhões de reais gerados um ano atrás.
"A solidez da nossa posição de caixa nos deixa confortáveis com a estratégia da Cyrela de ajustar a sua estrutura de capital e potencializar o retorno ao acionista", informou a empresa no material de divulgação do balanço.
A companhia também reduziu em 51,8 por cento o endividamento líquido, para 831 milhões de reais, ajustando a alavancagem medida pela relação de dívida líquida sobre patrimônio líquido a 14,4 por cento, de 27,3 por cento no segundo trimestre de 2017.
Apesar dos números melhores, a empresa avalia que ainda "não há sinais claros de retomada", enquanto o debate eleitoral deve adicionar mais preocupações e cautela ao mercado.
Mesmo assim, a expectativa para os lançamentos no segundo semestre é otimista, após o fim do entrave jurídico sobre o Direito de Protocolo, que favorece a retomada de projetos de médio e alto padrão na cidade de São Paulo.
Em 2018, as ações da Cyrela acumulam queda de cerca de 4 por cento, enquanto a rival Gafisa (SA:GFSA3) recuou mais de 40 por cento desde o começo do ano.