Cyrela vai avaliar dividendo extraordinário no 2º semestre

Publicado 15.08.2025, 11:41
Atualizado 15.08.2025, 13:40
Cyrela vai avaliar dividendo extraordinário no 2º semestre

Por Patricia Vilas Boas

SÃO PAULO (Reuters) -A Cyrela vai discutir a possibilidade de pagar dividendos extraordinários aos acionistas no segundo semestre, apesar do consumo de caixa maior nos primeiros seis meses do ano, afirmou o diretor financeiro da companhia, Miguel Mickelberg, em teleconferência de resultados nesta sexta-feira.

Ao ser questionado se a queima de caixa maior e as compras maiores de terrenos pela empresa poderiam se traduzir em um dividendo menor este ano -- e se faria sentido considerar um "payout" mínimo para o período -- Mickelberg disse que a Cyrela vai avaliar a possibilidade de um pagamento adicional.

"A gente vai discutir ao final do ano a possibilidade de um dividendo extraordinário", disse Mickelberg em teleconferência com analistas, ao apresentar os resultados trimestrais da construtora, divulgados na noite da véspera.

"A performance de caixa neste (segundo) trimestre e essa questão um pouco mais estrutural da conversão do estoque em caixa não vai mudar nossa posição de sempre tentar otimizar a estrutura de capital e avaliar dividendos."

A companhia apresentou um consumo de caixa de R$392 milhões entre abril e final de junho, em comparação com a queima de R$61 milhões no mesmo período do ano passado, conforme balanço.

Segundo o executivo, esse consumo foi impulsionado, principalmente, por um desembolso maior com a compra de terrenos, que somou R$480 milhões no período, o dobro da média trimestral, que gira em torno de R$240 milhões.

"Vale destacar que tem alguns terrenos que nós desembolsamos no trimestre que vão ter sócios, e a gente vai ter um reembolso acontecendo nos próximos meses. Então tem uma reversão disso de cerca de R$100 milhões", acrescentou o executivo.

No acumulado do ano até junho, a Cyrela totalizou um consumo de caixa de R$320 milhões, frente à geração de R$69 milhões nos primeiros seis meses de 2024.

Apesar da perspectiva de "alguma reversão" desse consumo no segundo semestre, Mickelberg disse que a posição de caixa da companhia ao final do ano deve ficar aquém do esperado, citando uma mudança na velocidade de vendas (VSO) entre unidades de estoques mais novos e estoques prontos e semi-prontos.

"Embora a gente tenha mantido uma VSO de estoque saudável... até ligeiramente acima da meta e em linha com o que a gente fez no ano passado, a composição mudou um pouco", explicou.

"Estamos tendo uma velocidade de vendas de estoque até maior no estoque mais jovem, no estoque em andamento, e uma velocidade de vendas bastante menor no estoque pronto e no estoque semi-pronto, que é o que entrega no ano. A conversão dessa venda de estoque em caixa está sendo menor do que a gente projetava."

Com isso, o diretor financeiro estimou que a construtora e incorporadora deve encerrar 2025 com uma posição de caixa no campo negativo ou próxima da neutralidade.

"Ainda é difícil dizer, ainda tem bastante incerteza, mas vai ficar aquém do que a gente achava no final do ano passado e início deste ano", afirmou.

Por volta das 13h, as ações da Cyrela subiam 1,55%, a R$25,58 cada, enquanto o índice de referência da bolsa brasileira, Ibovespa, recuava 0,21%.

(Reportagem de Patricia Vilas Boas; Edição de Eduardo Simões)

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