De Michel Temer, em entrevista ao Estadão: "Eu quero aos poucos desidratar essa coisa de centrão e outro grupo (antiga oposição). É preciso unificar isso. Quero que seja tudo situação" (Reuters/Adriano Machado)
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Após forte sequência positiva, com o Ibovespa colecionando sete valorizações seguidas, o mercado brasileiro conta com referências distintas no cenário externo nesta sexta-feira (15), o que pode abrir espaço para realização de lucros. Atentado na França prejudica os negócios nas bolsas europeias e em Wall Street. Já números do PIB chinês vieram acima das expectativas e sustentavam alta dos preços de commodities, como o petróleo.
Descrito como terrorista pelo governo francês, o ataque com um caminhão que avançou sobre uma multidão deixou ao menos 84 pessoas mortas e dezenas de feridos durante a comemoração do feriado do Dia da Bastilha, na cidade francesa de Nice.
Na Ásia, a economia da China cresceu 6,7% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, mantendo o ritmo do primeiro trimestre e ligeiramente melhor do que o esperado. Ainda hoje são aguardados dados de inflação, vendas do varejo e produção industrial nos Estados Unidos.
"Sem uma agenda doméstica marcante, a Bovespa deve acompanhar a tendência ditada pelas bolsas internacionais, que caminham para um dia de ajuste técnico após as fortes altas recentes. O dólar mais fraco pode continuar favorecendo o real, enquanto a curva de DIs futuros deve oscilar entre margens estreitas, no dia de hoje", analisa a equipe da SulAmérica Investimentos.
Internamente, o mercado recebe positivamente os sinais de alinhamento entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e Michel Temer no contexto de futuras aprovações de medidas de ajuste fiscal.
"Quero aprovar essa agenda de superação da crise econômica. A reforma da Previdência é polêmica, não é fácil ser aprovada, mas tem que ser debatida. Não dá para a gente continuar dando como solução para o Brasil o aumento de impostos. O Brasil não pode, para superar problema de déficit, ficar gerando imposto num momento em que está todo mundo endividado", disse Maia em entrevista a O Globo.
O que acontece no mundo corporativo
Cade e a fusão - Kroton (SA:KROT3) e Estácio (SA:ESTC3) poderão desistir da combinação de seus negócios se o órgão de defesa da concorrência impuser restrições que reduzam o faturamento combinado de ambas em pelo menos 15%.
Despesa do Fies - A Ser informou que terá impacto negativo de até R$ 6 milhões em seu resultado operacional deste ano por causa dos efeitos da Medida Provisória 741 publicada nesta sexta-feira, que determinou que as instituições de ensino terão de custear despesas do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) com os agentes financeiros.
Dívida da operadora - Avaliada em R$ 65,4 bilhões, a dívida da Oi (SA:OIBR4), segundo apurou O Globo, pode aumentar em cerca de R$ 2 bilhões por conta de notas fiscais de fornecedores que ainda não tinham sido processadas quando do anúncio da recuperação judicial.
Interesse pela BR - O presidente da Petrobras (SA:PETR4), Pedro Parente, disse a jornalistas no Rio de Janeiro que a empresa recebeu três propostas pela BR Distribuidora.
MRV - A MRV Engenharia (SA:MRVE3) teve forte redução dos cancelamentos de contratos no segundo trimestre, diminuindo a pressão sobre as vendas, enquanto os lançamentos subiram, especialmente em cidades de médio e grande portes onde o estoque é baixo. A empresa teve vendas contratadas de R$ 1,355 bilhão no período, recuo de 5,5% na comparação anual. No semestre, as vendas somaram R$ 2,6 bilhões, recuo ano a ano de 7,6%.
Reestruturação - A PDG Realty (SA:PDGR3) comunicou o fim do prazo para negociações exclusivas para venda de ativos para o Banco Votorantim e a BV Empreendimentos e Participações, e fez acordo para reestruturar notas promissórias.
Para comentar mais tarde
Lei das estatais vai muito além do cabide de empregos. A Lei 13.303, conhecida como Lei de Responsabilidade das Estatais, foi saudada pela imprensa e pela população em geral por sua face mais conhecida: impedir, ou, pelo menos, tentar, que as empresas públicas continuem infestadas de políticos, apadrinhados e aspones cujo único objetivo é sugar recursos do erário. Mas o texto é muito mais do que isso. Sua parte mais importante trata de licitações e contratos – e é aí que estão bons avanços e graves brechas. Leia mais.
(Com Reuters)