Por Ana Carolina Siedschlag
Investing.com - Em tempos em que a diversificação é a regra de ouro para qualquer um que queira investir no mercado financeiro, uma brasileira nascida no século 19 tem muito a ensinar.
Reconhecida pela B3 (SA:B3SA3) e pela ONU Mulheres como a primeira investidora brasileira, Eufrásia Teixeira Leite investiu por 55 anos em 17 países e 9 moedas, e chegou a ter papéis de companhias tão diversas como a mineradora Rio Tinto (LON:RIO) (SA:RIOT34), os bancos Citibank (NYSE:C) (SA:CTGP34) e Deutsche Bank (DE:DBKGn) (SA:DBAG34) e a antiga cervejaria Antarctica - isso tudo em um tempo em que as mulheres sequer podiam circular pelas bolsas de valores ao redor do mundo para participar dos pregões.
“Herdeiras da fortuna da família, ligada ao café do Sudeste brasileiro, as irmãs circulavam pela alta sociedade parisiense, onde Eufrásia acabava tendo acesso a informações que provavelmente guiavam os investimentos dela”, conta Mariana Ribeiro, analista da Xpeed, o braço educacional da XP Investimentos (NASDAQ:XP), e pesquisadora da vida da primeira investidora brasileira.
Confira abaixo a entrevista completa:
“Além da própria restrição para investir, as mulheres eram ridicularizadas quando falavam em finanças. Eu fico imaginando a resistência dela para conquistar o que conquistou”, conta.
A primeira da história
Teixeira Leite nasceu em Vassouras, no interior do Rio de Janeiro, em 1850, e se mudou com a irmã mais velha para Paris após perder mãe e pai em um curto período de tempo.
Fruto de um trabalho de conclusão de curso, a pesquisa da vida de Teixeira Leite já rendeu mais de dez anos de estudos, um livro - chamado #QueroSerEufrásia - e agora se encaminha para virar uma dissertação de mestrado.