A valorização das bolsas americanas e europeias, além do petróleo, limita a queda do Ibovespa. Após abrir em baixa e ceder 0,61%, na mínima intradia de 117.116,82 pontos, o Índice Bovespa tenta zerar a desvalorização. O petróleo sobe quase 1,50%, sustentando as ações da Petrobras, que mais cedo chegaram a cair.
Dados indicando arrefecimento da inflação ao consumidor no Reino Unido e na zona do euro, que tendem a reduzir expectativas para altas de juros de bancos centrais, diminuem os temores sobre o impacto do aperto monetário na atividade econômica.
O índice de preços ao consumidor do Reino Unido atingiu 7,9% em junho, ficando menor do que a projeção de 8,1%, e o da zona do euro ficou em 5,5% no mês passando ante 6,1% em maio.
"O mundo parece entrar em uma janela um pouco mais positiva na parte da inflação, entrando em desinflação e o mercado está vendo isso como mais positivo", avalia Rodrigo Mello, gestor de renda variável da Tenax Capital.
Ao mesmo tempo, os mercados equilibram a surpresa positiva do mercado com a receita do Goldman Sachs (NYSE:GS) em seu balanço trimestral com o lucro menor do que o esperado reportado pelo banco. Também nos EUA, o índice de construções de moradias iniciadas caiu 8% em junho ante maio, na comparação com previsão de queda de 9,4%.
Os investidores ainda monitoram sinais de estímulos econômicos na China. Hoje, o governo chinês divulgou um comunicado se comprometendo a apoiar o desenvolvimento e crescimento da economia no setor privado. À noite, o Banco do Povo da China (PBoC, em inglês) divulga sua decisão de política monetária.
Ainda assim, acrescenta João Piccioni, analista da Empiricus Research, o Ibovespa está meio devagar, sugerindo uma pausa, à espera de novidades. "O petróleo do tipo Brent está batendo os US$ 80, o que de certa forma recupera um pouco o apetite por Brasil e o real está voltando a apreciar", diz.
Em meio à expectativa com China, de olho no relatório trimestral da Vale (BVMF:VALE3) e no recuo de 0,66% do minério de ferro em Dalian, os papéis da mineradora cedem levemente, mas os de outras companhias coligadas o sinal é de recuo forte. Usiminas (BVMF:USIM5) PNA, por exemplo, cedia 2,70!% perto de 11h20.
A produção de minério, por sua vez, cresceu 17,9%, e as vendas de finos saltaram 38% em relação ao primeiro trimestre. Os preços realizados dos finos, porém, caíram 13%, na comparação anual, furaram a barreira dos US$ 100 a tonelada.
Apesar da indicação recente de fraqueza da China, Mello, da Tenax Capital, observa que o país opera em outra frequência em relação àquilo que os agentes estão acostumados. "Há uma mudança de modelo de crescimento, focando menos em infraestrutura e mais no consumo, e isso leva tempo. A inflação chinesa está tranquila, o que pode induzir queda de juros. Se continuar na direção certa, pode ser positivo. Se olharmos as commodities, têm segurado um quadro de apreciação alguns ativos", avalia.
No Brasil, a Weg (BVMF:WEGE3) iniciou a temporada de balanço. A empresa encerrou o segundo trimestre de 2023 com lucro líquido de R$ 1,37 bilhão, o que representa um crescimento de 49,9% ante o apurado no mesmo período do ano passado. As ações reagiram em alta, mas às 11h21 cediam 0,03%. "Trouxe um bom resultado, especialmente melhoria operacional ante o ano passado", avalia Piccioni, analista da Empiricus Research.
Às 11h26 desta quarta-feira, 19, o Ibovespa caía 0,11%, aos 117.699,67 pontos. Vale cedia 0,24% e Petrobras PN (BVMF:PETR4) tinha alta de 0,52% e ON, elevação de 0,65%.