Por Geoffrey Smith e Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - A primeira etapa das eleições brasileiras entra na sua última semana, com indecisos sendo o foco das atenções. A Itália terá um governo de direita depois que um bloco liderado pelo partido Irmãos da Itália, de Giorgia Meloni, emergiu como vencedor das eleições nacionais. As ações americanas devem abrir em baixa, com destaque especial para a Amazon (NASDAQ:AMZN) (BVMF:AMZO34) e a Berkshire Hathaway (NYSE:BRKa) (BVMF:BERK34) após a publicação do fim de semana de um estudo sobre o impacto do novo imposto de renda corporativo mínimo global. Os referendos russos sob a mira de armas na Ucrânia são evitados por seus vizinhos e aliados, enquanto seu mercado de ações despenca. E o petróleo bruto é menor na perspectiva de destruição da demanda à medida que a economia mundial desacelera.
Aqui está o que você precisa saber nos mercados financeiros na segunda-feira, 26 de setembro.
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1. Última semana antes das eleições brasileiras
Na última semana de campanhas antes da votação do primeiro turno das eleições presidenciais, a abstenção e os votos indecisos podem alterar os cenários traçados até então pelas pesquisas eleitorais.
Nos levantamentos espontâneos, o índice de indecisos varia de 11% a 28%. Porém, o cientista político e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) Fernando Abrucio disse ao Estadão que esse número pode ser maior, já que alguns podem esperar para decidir entre o voto útil ou a terceira via, desconsiderando os dois principais candidatos, Lula da Silva e Jair Bolsonaro.
O chamado “voto errático”, definido pelo cientista político e presidente do conselho do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), Antonio Lavareda, também pode balançar a disputa. Eleitores que optam por esse tipo de voto tendem a esperar a véspera da eleição para escolherem entre o primeiro colocado e o “azarão”, que não tem chances de vencer.
Já a abstenção deve ser facilitada este ano, já que agora é possível justificar a ausência do voto através do aplicativo.
O mais recente levantamento do Datafolha mostrou que 11% admitem mudar de voto para que a eleição presidencial acabe no primeiro turno. No Ipespe, 68% também disseram que preferem que termine no dia 2. Segundo o Datafolha, Lula possui 47% da preferência entre os votos totais, ante 33% do presidente Bolsonaro.
Às 08h24, o ETF EWZ caía 1,01% no pré-mercado americano.
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2. Meloni pronta para formar novo governo italiano
Uma coalizão de direita do partido Irmãos da Itália, de Giorgia Meloni, parece ter vencido as eleições nacionais italianas, garantindo assentos suficientes para maiorias em ambas as câmaras do parlamento.
Os títulos italianos reagiram com uma venda modesta, o principal 'spread' entre o rendimento de 10 anos italiano e alemão aumentando em apenas 4 pontos base, enquanto o FTSE MIB foi o único índice de ações europeu a obter um ganho em uma manhã ofuscada pelos desenvolvimentos no Reino Unido.
As preocupações com as raízes dos Irmãos da Itália no passado fascista do país foram mitigadas – pelo menos nos mercados – pela promessa de Meloni de buscar uma política fiscal responsável, liberando dezenas de bilhões de euros em ajuda pós-pandemia do orçamento da UE. Meloni também indicou amplo apoio à reação dos EUA e da UE à invasão da Ucrânia pela Rússia.
No entanto, houve um forte elemento de protesto nos resultados: a participação foi a mais baixa já registrada, enquanto os partidos que apoiaram o amplo governo de coalizão de Mario Draghi se saíram particularmente mal.
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3. Ações americanas com abertura em baixa
Os mercados de ações dos EUA devem abrir no menor nível em quase dois anos depois, à medida que a onda de aversão ao risco gerada pela reunião do Federal Reserve da semana passada continua em seu curso.
Às 08h26, os futuros da Nasdaq 100 caíam 0,64%, enquanto os da S&P 500 e da Dow Jones recuavam 0,74% e 0,67%, respectivamente, em meio a preocupações que a força do dólar afetará os lucros e as perspectivas das empresas multinacionais na próxima temporada de lucros.
No fim de semana, um novo estudo mostrou que o novo imposto mínimo global sobre lucros corporativos pode atingir mais duramente a Amazon (NASDAQ:AMZN), Berkshire Hathaway e eBay (NASDAQ:NASDAQ:EBAY). Essas ações podem atrair alguma atenção na ausência de notícias corporativas programadas. Na Europa, a Unilever (LON:ULVR) sinalizou que o CEO Alan Jope deixará o cargo no próximo ano.
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4. Agitação na Rússia se espalha
Os esforços da Rússia para reforçar sua campanha vacilante na Ucrânia sofreram uma série de golpes no fim de semana, com protestos em meio a um recrutamento ampliado de reservistas continuando e uma onda de condenação internacional aos referendos realizados sob a mira de armas nas áreas ocupadas pelos russos da Ucrânia.
A Sérvia, um dos aliados mais próximos e mais antigos da Rússia, disse que não reconheceria os resultados do referendo, assim como Turquia e Cazaquistão, dois outros atores importantes na região.
Além disso, a mídia russa noticiou o bombardeio de vários centros de recrutamento, enquanto um comissário militar foi baleado e gravemente ferido enquanto processava a mobilização de reservistas em Ust-Ilimsk, perto do Lago Baikal.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, negou sugestões de que o país tenha tomado medidas para proibir a emigração de homens em idade de lutar. Enquanto isso, o índice de ações de referência da Rússia caiu 10%.
[Oficial de recrutamento russo baleado por recruta enquanto a resistência à mobilização continua
5. Petróleo tropeça em temores de destruição da demanda
Os preços do petróleo bruto caíram para um novo mínimo de nove meses, uma vez que o abalo nos mercados de títulos e moedas lançou mais dúvidas sobre a força da economia global e a demanda global por petróleo.
Às 08h28, os futuros de petróleo nos EUA caíam 1,02%, a US$ 77,94, enquanto os de Brent recuavam 1,08%, a US$ 84,11.
O sentimento não foi ajudado por sinais de mais estresse econômico na China, o maior importador do mundo, onde o banco central ajustou seus compulsórios para amortecer a queda do yuan, enquanto o China Commercial Bank revelou um novo fundo para sustentar projetos imobiliários em dificuldades.